quinta-feira, 5 de junho de 2014

Cavaleiros dos Novos Tempos

“As Artes Marciais Chinesas, vulgarmente designadas como “Kung Fu”, não se encaixam no modelo típico das  outras  modalidades  enquadradas  como  “práticas  desportivas”,  isto  porque a  sua  evolução, complexidade  e  diversidade técnica  gerou  um  conjunto  de  modalidades  associadas  e  dentro  destas “currículos distintos”, tradicionalmente designados por sistemas ou estilos, com conteúdos programáticos e métodos didáctico pedagógicos consequentemente distintos. Assim o conceito de “Escola de Kung Fu”, instituição com identidade técnica e cultural própria e normalmente única, foi sendo ao longo dos anos abrigado sob  a  designação  legal  de  “Associação Desportiva”. Neste  contexto  a formação técnica  dos treinadores  foi sempre  protagonizada  no seio  associativo  e  dirigida  para  as  necessidades  de  cada instituição, sendo esta individualidade e identidade técnica e cultural reconhecida pela federação, cuja função sempre consistiu em completar a formação dos treinadores com conteúdos comuns a todos, quer na  área técnica,  quer  na  administrativa,  na  didáctica  e  pedagógica,  ou  no  que  à  carreira  de  juízo  e arbitragem diz respeito. 
Assim sendo, faz todo o sentido considerar como responsáveis pela formação de treinadores  e de  forma  complementar  ou  alternativa,  quer  a  federação,  quer  as  associações  que apresentem um projecto de formação com objectivos, conteúdos, recursos e processo de avaliação bem definidos, devidamente documentados e equiparados ao projecto de formação da federação, de acordo com todos os regulamentos, estatutos e lei geral. 

Deverá contudo a federação promover o seu próprio projecto  de  formação  de  treinadores  para salvaguardar  aqueles  indivíduos  ou  instituições  que  não reúnam  condições técnicas  ou  humanas  devidamente  qualificadas  para  proporem  um  projecto  de formação, de acordo com os parâmetros de qualidade definidos pela própria federação, e que também não se queiram integrar em projectos promovidos por outras instituições que não a F.P.A.M.C."

http://www.fpamc.com/carre.pdf





Elogio a uma carta de princípios e a um texto sobre os Valores que norteiam uma Federação Nacional no tempo moderno.

Proteger os mais débeis, promover os que pretendem desenvolver uma actividade de vida nobre durante uma vida inteira, ajudar a que as iniciativas de desenvolvimento local possam efectivamente enraizar e tomar forma – como nacionais, como de pendor e cariz estritamente Humano e segundo o código de Honra que norteia a arte Marcial – tal como definido nesta carta e assim diferenciado do desporto de combate ou das várias empreitadas que possam tomar o nome de “Arte Marcial” e que – no entanto – traduzam um sucedâneo, cujo princípio e final seja o puramente material ou económico.

Promover vias alternativas e ajudar a que as mesmas sirvam efectivamente as comunidades que lhes correspondem – sejam no contexto de meios locais pequenos nos quais – tal como aqui se evidencia e através e cujas palavras brilha o espírito e nobreza da arte marcial original – não queiram ou não possam se federar, mantendo a Federação na tutela, defesa e protecção dessas mesas actividades por manifestarem, evidenciarem e assim definirem a linha de origem que dá sentido à existência da própria Federação.

Promover pessoas – (cujo nome seja próprio – além de “atletas” ou “praticantes” ) que pretendam desenvolver e enraizar esta nobre arte nas zonas de respectiva referência ou pertença e assim promover e permitir mais um passo de “sustentabilidade” (ou harmonia, equilíbrio, desenvolvimento e Norte) no sentido da origem e no sentido do Refinamento do Ser Humano – tal como é parte dos desportos ditos “Modernos” e como SEMPRE foi no que se refere às Artes Marciais – por origem e às pessoas que abracem esta "vocação” – por devoção.

Seja assim demonstrado – nas várias actividades passíveis de desenvolvimento:

- pela mesma Federação;

- pelas Federações, organizações ou entidades que com esta colaborem;

 - pelos eventos que venham a ser desenvolvidos e pelas pessoas que abracem esta Nobre Arte e que assim possam ser apoiados – seja de forma explícita, seja de forma implícita (já que o importante não radica no brilho externo e sim no Valor da arte efectivamente desenvolvida – não importa muito onde – desde que EXISTA ONDE; não importa muito quem, DESDE QUE HAJA QUEM);

Num próximo evento – “Interferderativo” – que contemple Federações afins de zonas afins (Federação Portuguesa de Artes Marciais Chinesas e Federação Galega de Kung-Fu), 

no contexto de uma “Eurocidade” – que traduza valores como os de um caminho de Santiago – comuns… afins…

Caminhar juntos, com o mesmo peso às costas, baixo o mesmo sol, confrontando a mesma chuva, dormindo nos mesmos lugares pejados de outros iguais e assim partilhando a beleza e maravilha das pessoas, dos seus valores e das terras que lhes correspondem a habitar…

Sejam os VALORES HUMANOS – a candidatura COMUM a património de Humanidade (propositadamente traduzido da para de – traduzindo o que se entende como centro e base da Arte Marcial de Origem – o Ser Humano e o seu desenvolvimento gradual, acompassado, seguro e com um objectivo definido e claro… Humano… através dos Meios – técnicos e/ ou materiais necessários para o efeito…

Seja assim esta a elegia a uma Federação, à sua carta de apresentação de Regulamento para (futuros) professores/ responsáveis técnicos e seja este o apelo nestes tempos modernos:

Que a arte marcial – por origem – traga estabilidade, equilíbrio, harmonia – seja em termos de prática seja em termos das zonas de inserção escolhidas para o efeito…

Promover valores, humanamente ai onde é NECESSÁRIO…

Obrigado