(clicar para o Link - versão inglesa e castellana)
para que se possa "compreender" e "visualizar" que o caminho interno implica "tecnologia humana" e que apenas pode chegar quem segue o caminho DIGNO e VERDADEIRO e apenas pode AJUDAR A CHEGAR quem ASSIM JÁ LÁ CHEGOU:
cada movimento... um hino de louvor... à vida... ao que nos anima por dentro... à arte que nos faz ser maior...
Cada passo... um caminho a seguir... na escada fechada - que conduz sem estrada - ao centro do nosso existir...
Cada pulsar - um coração... seu latir - dedicação:
sem esperar ver mais nada do que plena DEVOÇÃO...
O fluir para além do movimento da mente... sentir o corpo envolvente... pairar mais rápido do que o ar... e o relâmpago deixar atrás... paz total... regressar...
Na escada da essência... os elementos a escalar... montanha anterga tarefa imensa
- via de vida: virtude a revelar...
Em cada segundo - o ETERNO - em cada pulsar: o momento... no que a consciência se integra na sua essência e já mais não se é...
É um que se faz... é o UM que se compraz - no movimento da vida, feita TAO - SINTONIA... em cada entrega por bem...
E - nos momentos de desalento - quando tudo parece cinzento - é quando a verdade vem ...
Silêncio... o espaço... o tempo... o movimento... a forma que me faz ressurgir...
E toda essa energia - de outra forma destrutora ou vazia - passa a ser de novo vida... a entrar na sintonia que nos anima a seguir...
Perseverar - a estrada percorrer devagar - sabendo em cada passo uma meta em si... consumada em ti:
que te dedicas sem mais... por sentir profundo demais - que há sentido, via e caminho - nesta nossa OPÇÃO de viver assim...
Por vezes via dura - quando tudo parece ruir... procurar a sintonia pura quando as partes há que saber gerir...
é quando o fogo transmuta aquilo ainda a sublimar... quando o ser refina aquilo que ainda há a transmutar...
Movimento a movimento... visão interior... quando as imagens vão cedendo para uma visão maior...
É quando o estudante PERSEVERA - quando se ergue do pó... quando tropeça e se mantém na vereda que leva além ... aparentemente só...
E se ouve um eco - profundo - a latir...
A voz do silêncio a falar dentro de ti...
É o sublime a animar o teu andar... cada passo - cada erro - um novo começar...
Uma e outra vez aspira - o ser ao seu lugar...
Uma e outra vez se ergue das cinzas: ave de fogo que voa para o seu lar...
E entre os medos profundos se gera uma luz... confrontam-se os erros, aprendem-se novos segredos - que a melodia da harmonia segreda a quem souber ouvir....
Arte - por pairar além da mente - e apenas a mente aberta a sabe sentir...
Marcial - por ser um deleite - praticar sem ter pressa, vagar ou ser obrigado a o fazer... simplesmente por ser tão natural como respirar... uma FORMA DE VIDA e um CAMINHO A DESBRAVAR...
Para todo o que pratica - o eco da virtude que te chama, o força que te impele quando tudo o demais te reclama:
é a vida que há em ti a chegar perto da vida que nos anima a seguir...
Arte da Vida... código de Sintonia com o véu de verdade que nos preenche em cada dia...
(...) “algo” toma conta, e nós simplesmente admiramos a arte
sublime a ecoar através do ser que se habita e circunscreve no espaço e no tempo mas que ressoa por sempre para além da mente...
– refinamos ao máximo este ser, para que os “ruídos”
divergentes ou as “arestas na madeira”, possam ser PULIDOS:
para que a obra seja
o mais FIEL ao plano do ARTISTA MAIOR).
Assim – a arte marcial – complementa por ser arte – e você –
melhor do que ninguém no grupo, poderá entender agora de onde vem a sua origem – vem do
“INOMINÁVEL”, do “mestre oculto”…
como a “musa” do poeta ou do artista – aquele estado
INTERIOR de GRAÇA que o leva a contactar o SUBLIME e a trazer uma AMOSTRA - para
que os irmãos partilhem e comunguem por MÚLTIPLOS e DIVERSOS CANAIS…
até que os RIOS dessa VIDA ETERNA
– sejam TANTOS e tão
SUBLIMES e DIFERENTES –
- que AS MENTES AINDA DORMENTES –
não os possam mais
tapar:
dai ao germinar da vida que late no interior do ser humano
ainda em dormência
– vai um pequeno passo…
Somos pois
– a água viva que alimenta a terra agreste e a
crosta fria –
para que se ANIME o processo de DESPERTAR ou GERMINAR, ou
CONHECER desde DENTRO a CAUSA MAIOR que nos GERA e DÁ SENTIDO.
A Arte Marcial – dizia – pelo facto de ser “MARCIAL” fornece
a PERSEVERANÇA, O MÉTODO REGULAR E CÍCLICO, O CAMINHO SÓLIDO COM PRECEITOS
SIMPLES, baseado de Início no Tigre – TERRA (mão, pé, perna, braço… antebraço…
dedo…)
Desde daqui se refinando a consciência do ser – até onde o SER MAIOR espera e ATÉ
ONDE a DETERMINAÇÃO do que DESPERTA esteja preparada para chegar – em conjunto
com a devoção de quem o guia e acompanha – para lhe LEGAR TESTEMUNHO no sentido
de que vá VOCÊ MAIS LONGE - do que chegou quem o ensina, através do seu próprio mérito.
Saúdo Marcial - onde quer que vá - mantenha a"guarda alta"
A mãe de um familiar meu, devido
ao facto de não querer vender uns terrenos, foi assassinada a tiro mais a sua
filha. Ela tinha mais 10 filhos e um marido que a amava muito, e perante uma
situação destas todos os filhos sentiram vontade de fazer justiça pelas
próprias mãos. Mas o respeito e honra que sentiam pelo nome da tua família e
por aqueles que viriam e que usariam esse nome, não fizeram nada, mantiveram-se
firmes e respeitaram ao máximo a honra que tinham, pois a vingança apenas lhes
iria roubar essa honra. Tiveram a maior confiança tanto no sistema judicial
como em Deus, e mantiveram essa sempre no máximo. O sujeito acabou sendo
condenado a 20 anos de cadeia, e mesmo vendo-o, os filhos desta mulher
mantiveram o respeito pela mãe falecida. Mantiveram o respeito e honra pela sua
família. E não sujaram o nome daqueles que ainda não vieram. Em relação a humildade, um dia
estava por Viana era Novembro e o tempo já gelava, e ao passear pela rua vi um
homem a tirar o seu casaco e a oferece-lo a um sem abrigo, apesar do frio que
estava o homem sabia que tinha mais roupa do que aquele que estava na rua, e
foi humilde, dando aquilo que era dele a um que precisava.
Que dizer acerca da FÉ?... Tem um cientista "fé" quando procura definir algo que ainda não "existe" no mundo concreto e que este procura identificar, circunscrever, torna intelegível e partilhável pela grande maioria dos restantes seres humanos numa linguagem comum o suficientemente coesa para que se não perca o conteúdo da sua definição?
Que dizer da HONRA?... Terá Honra a Leoa que luta com a própria vida pela cria que é sua mesma vida numa outra forma e num tempo potencial em espera de desabrochar, florir e dar lugar a uma novalinha que a vida possa continuar?
Que dizer do RESPEITO?... Terá o respeito de um filho um Pai que se impõe? Terá a devoção de um ser humano outro que se lhe opõe? será digno de respeito o que é coerente... o que é igual a si mesmo e nessa semelhança se entende igual aos semelhantes que partilham o mesmo tempo e lugar... assim fazendo simplesmente por ser assim que se faz?
Que dizer da HUMILDADE? Será o humilde aquele que se humilha procurando reconhecimento, o que oferta procurando receber sustento, o que se entrega simplesmente por nada mais ter para dar? Que dizer que já não tenha sido dito? Que dizer?... Mergulhar profundo - no sentido íntimo das coisas - dos valores que se guarda, das linhas que orientam ou das pessoas que nos sustentam com a sua humanidade singular - é reconhecer desde dentro aquilo que o mundo está sedento e esfomeado por encontrar... Saúdo Marcial
Agora, um INTERREGNO nas vossas ideias e opiniões - manteremos esta linha durante muiiito tempo - para dar a palavra a um grande dinamizador da arte entre nós, o Professor Nelson Barroso:
Assim:
"Um dos princípios do chi-kung é equilibrar a energua Ying/ Yang dos praticantes, pois sabe-se que a raíz do desenvolvimento da Enfermeidade é o desiquilíbrio entreo Ying e o Yang.
9.3 - Os DANTIENS
Os Dantiens são conhecidos na medicina tradicional chinesa como áreas de armazenamento de Chi (qi), ou energia vital, existindo três dantiens, Dantien Superior ou Alto Dantien, Dantien Médio e Dantien Inferior ou Baixo Dantien.. Quando se executam os exercícios de Chi Kung, quase sempre todas estas áreas são exercitadas.
- BAIXO DANTIEN
O baixo Dantien ou Dantien inferior é o Centro de "residência" do Jing, que corresponde à vitalidade do ser humano e está situado na região da pelvis, num triângulo formado pelos pontos Qi Hai (REN 6) (1,5 cm abaixo do umbigo, nalinha média do abdómén), Hui Yin (REN 1) (Na zona do períneo - entre o ânus e o escroto no homem e entre o ânus e a primeira comissura labial vaginal na mulher) e Mingmen (DU 4) (na linha média entre as apófises espinhosas da 2ª e 3ª vértebra Lombar).
A sua energía manifesta-se em energía motriz e espontânea.
Os órgãos comprometidos são o Rim e o Sistema de Excreção em geral.
Há certas coisas que vão ficando à medida que vamos trilhando a via marcial... Dao "entre os amigos"...
Assim, numa recente reflexão com um dos alunos que me ensina, dialogávamos o seguinte, com base num dos filmes propostos em ambiente de estudo:
"Todos seguimos um código… alguns são mais “normativos” e
outros mais “intuitivos”.
Alguns sabem porque aprenderam dos pais, dos avós, da
cultura e tradição e assim respeitam, crêem e perseveram, assim ensinam e
motivam outros a seguir…
Outros entendem “desde dentro” – sabem ”sem saber”: inovam,
plantam novas plantas no jardim florido deste nosso espaço e tempo…
Todos válidos e necessários – sem uma estrutura coesa não
há corpo (sem esqueleto);
sem músculos e pele suave e flexível tampouco…
o
“Dao” é a via da virtude e é algo “natural” – seguindo o caminho de integração
na “natureza” passamos a estar plenamente PRESENTES ou CONSCIENTES – logo
NÃO
HÁ SEPARAÇÃO EU-TU-AMBIENTE…
coisas que se vão concretizando no caminho
marcial… e que fazem parte de uma visão Taoísta e Budista que os Japoneses
adoptaram de forma “zen” no seu budismo e que os guerreiros FEUDAIS retocaram à
sua maneira, deixando sempre bem assente o seu pendor bélico e firme misturado
com a filosofia do “bem fazer “ (kung-fu) e da permanente mutação (I-Ching – ou
para nós, como diria Heraclito – Panthá Rhéi – tudo flui);
Este filme enquadra-se no meu caminho marcial, pois para eu poder subir
“mais um degrau” tenho de me conhecer a mim, e para tal preciso de conhecer os
que me rodeiam, amigos ou não amigos.
É complexo – e ao mesmo tempo simples (por isso se denomina
“paradoxo”)… vemos o mundo – não como ele é, mas sim como nós somos… ver o
outro, reconhecer, aceitar, integrar, abraçar e refinar/justificar/unir desde
dentro é parte do CAMINHO, VIA ou DAO.
Eu, também, me precato – de tantas vezes - me encontrar REACTIVO – perante o MUNDO, as SITUAÇÕES… as PESSOAS… aquilo que ESPERO – de mim, e dos outros… das coisas… da vida…
(e neste tempo no
que a “semente humana" está prestes a "germinar" num nível novo de consciência –
mais ainda:
pois a casca está a ficar ao máximo de tensão potencial…. Prestes a
desabrochar)
A Via e Virtude promovem que se VÁ CAMINHANDO:
com a
simplicidade daquele monge “zen” do filme "Baraka" – entre o ruído e a gente que
acelera…
e NÃO É NADA FÁCIL!
(basta pensar que, quando alguém acelera ao lado,
o meu sentido intrínseco de sobrevivência me convida a mim a acelerar também, -
mesmo que o não tenha escolhido PLENAMENTE CONSCIENTE…)
É deste nível de
INCONSCIÊNCIA ou CEGUEIRA, de que lhe falo.
O tal Monge budista zen japonês, caminha pelo meio de Tóquio RESPEITANDO todos os outros MILHARES de passos
diferentes E PESSOAS com os seus ruídos, pressas e afins… ele respeita E - AO MESMO TEMPO - RESPEITA O SEU PRÓPRIO PASSO.
A DIFERENÇA radica em que ele DISPÕE DE UM MÉTODO
(via, caminho ou Dao) que lhe permite MANTER O FOCO naquilo que é, o que
pretende, para onde vai, o seu ritmo de o atingir e os recursos mínimos a gerir
para que tal aconteça… este é parte do caminho marcial…
Agora – antes de SAIR DO TEMPLO - este monje teve COMPANHEIROS, que com ele
cresceram… e nele se diluíram – sendo dele parte integrante: o seu caminho
nunca foi só, até caminhar entre a confusão – e – na confusão, aparenta estar
só quando – DE FACTO - é um VÓRTICE, UM FAROL NAQUELA NOITE ESCURA… é um
NIVELADOR do RUÍDO e da CONFUSÃO – ao manter O CENTRO e o FOCO de forma exímia. Como TODOS ESTAMOS LIGADOS - e, no silêncio e na “não acção” (ele não “obriga" ninguém a parar, não agarra ninguém para que pare, não ordena ninguém a que
faça isto ou aquilo, a que o imite ou deixe de imitar – ele simplesmente É... igual a si mesmo – CONSCIENTE de que – estando TUDO LIGADO – a mais pequena
gota da salubridade deixa a água mais límpida, a mais pequena mostra de
harmonia nivela o todo ruidoso…