Sistema de colaboração na arte – desenvolvimento e
adaptabilidade
Desde o momento no que a arte (criativa, geradora, vida)
marcial (por devoção, atenção consciente, foco vital na vida e desenvolvimento
pessoal por foco e atenção assim depositados – princípio vital) tocaram esta
forma de vida, este ser no Ser que aspira a se reconhecer… que caminha por
entre os degraus e os desvios necessários para chegar ao centro gerador desse
movimento, dessa vitalização, dessa arte que somos, desse sonhar algo novo que
vem de algum lugar profundo que se não pode imaginar… que se vive e sustém –
além do tempo e que é alimento para o tempo passar…
Desde que o caminho me indicou – passo a passo- que refinar
implica reconhecer – despertar pouco a pouco para a “lembrança” do ser,
integrar o conhecimento numa forma de o viver, partilhar essa vocação ou busca
pela essência com quem assim sabe, pode, quer… e ajudar
outros que assim queiram, procurem, optem por se integrar e
nessa integração expandir a consciência de ser;
No percurso, encontrei o brio, reencontrei amor-próprio,
auto-estima, confiança, base sólida fundamentada em lógica… crescimento de fundamento
em termos de integrar consciência e entidade corporal… como se ambas partes de
um mesmo ser, por tradição e cultura, por vida própria ainda imatura, fossem
como sequências ainda a juntar… passagens entre faixas de uma mesma música
ainda a integrar.
Encontrei pessoas que são família – cada um, cada uma – uma nova
perspectiva… e todos juntos éramos – num mesmo espaço, um sinónimo de harmonia…
por muito que algum atrito o contradiga –
facto é que, da casa – vinte anos depois – ainda estão os rostos que se via…. Sejam
os de uma certa fotografia que algures – numa certa estante assim o anuncia…
Ao longo do tempo, fui expandindo horizontes no mundo que me
cativou – um caminho, um caminho devida – sem fim – por refinar e expandir a
consciência do praticante dentro da metodologia universal mais afim:
Desde o corpo e o sentido de corporalidade, ao movimento
artístico e fluído, à integração do movimento mais além do seu confinamento
restritivo e as propostas de aprender, a ser – junto com outros que assim
quisessem e assim manifestassem a sua intenção – independentemente do seu
estatuto ou condição;
Foram os primórdios – como jovem rapaz, foram as competições
que me levaram a ousar – conhecer, dar mais, aprender em conjunto e colaborar…
a meta não era a medalha – era o ideal – de melhorar, de aprender a ser e a
prender a se refinar;
Treinar numa certa muralha, aprender com as árvores ao
passar… numa certa avenida de uma certa vila – quase vinte anos atrás…
Depois os tempos de explorar outros fundamentos – como a
vida humana de forma geral – seja na figura de quem chega, de quem parte, das
várias etapas e momentos deste ciclo vital do que todos somos parte – através
da Enfermagem conhecia a vida, reconheci a vida de uma maneira especial…
As terapias alternativas, porque a vida me dizia – por
opções e situações vividas – que era o complemento um algo de sustento – seja
através da dança criativa, como terapia e como forma de entrelaçar vidas… seres
especiais e as suas próprias perspectivas de vida.
Uma dança… e a dança dos animais das artes marciais… os
elementos constituintes, os pilares que nos fazem – por dentro – iguais… por
fora manifestações vivas de uma força que anima… genuína e sem se mostrar… arte
além da ciência… ciência com base marcial… fundamentos de base com motricidade
universal… o resto mais ninguém consegue entender, definir, circunscrever – por
ser linguagem tão intima e pessoal… uma forma de vida que se liga com a vida
maior na qual tem lugar…
Voltar – ao Kung-fu e treinar… e praticar ser professor –
ensinar – jovens e menos jovens… ouvir a voz que ensina – por dentro – e que
anima – a continuar… a perseverar… a gostar do que se faz – mesmo quando há
medo de começar… e depois gostar… e querer inovar… e sentir-se parte de algo
grande, que conta connosco para se desenvolver, crescer e assim se manifestar…
Ensinar – entre jovens… num espaço pequeno – onde nos
reconhecíamos quase como amigos… sendo alunos e professores ao mesmo tempo…
cada um uma nota, uma cadência… uma promessa de algo que transcende a nossa
ciência… e que – ferramenta – de mão em mão – tempo e dedicação – se vai
transformando… tempo, opção dedicação, refinamento… expansão… devoção ao
caminho, aos caminhantes e ao seu próprio tempo para aprender…
Quer a vontade de quem assim crê… que seja o seu labor o
menos… que o seu toque seja ligeiro… para deixar entrever – como num espelho –
o que o aluno – mais novo ou pequeno – ainda não vê… e crescer – por dentro…
estar atento – a todos os potenciais ainda por desenvolver…
Sejam os tais “erros”, as sementes latentes do que ainda há
por viver… e apontar o foco de atenção, a opção consciente – ao que já se
manifesta, como valor – implica dar espaço e tempo e fundamento: para que as
outras sementes-ainda latentes - se
mostrem a seu tempo…
Tempo de germinar e gerar algo que seja semelhante á
promessa que estava constante e latente – desde sempre – esperando a crescer e
assim se manifestar para judar a crescer e assim se partilhar…
Desde então… por devoção – algo mudou… seja o tempo no que
se limitou o percurso no que o caminho se fazia confuso, seja o tempo no que o
abuso de tempo e investimento no sentir de crescer, de refinar… por crer que
esse caminho leva, de certo, a esse ansiado “lugar”…
O certo é que se partiu para outra dimensão daquilo que por
dentro nos uniu – a arte universal - a
voz do mestre oculto mostrando por dentro o que se manifesta de forma simples
numa brisa sentida e partilhada – na cara demonstrada… uma suave carícia que se
enleva… uma onda de um mar que é o mesmo amar – que em nós se entrega… uma
força de vida que é a vida…
Arte marcial – amor e devoção, arte e transformação…
Encontrara via interna… desenvolver o caminho e crescer…
procurar amigos que assim possam também querer entrever… através de portas
abertas para assim poder viver…
Um caminho de vida que assim se anuncia, uma forma de vida
para partilhar a mais valia que a vida em nós faz crescer – dia a dia –
recordar… por dentro – despertar… a memória dormente daquilo que outrora era
certamente e que – um dia… a dia… se deixou ficar… apagar… entre as múltiplas
formas… velar… depois – assim – porque sim… pouco a pouco regressar… a entregar
o ser e se integrar… a ser parte do ser maior e neste ser vogar… amar – além do
que a mente define e assim perseverar…
Opção consciente… realmente esclarecida – por se entrever a
perspectiva – de que o caminho da mais-valia, do valor humano que em nós
cintila – tem forma vereda fixa – para assim se mostrar – a quem nela quiser
caminhar…
Seguir por devoção, refinando o ser interior… focalizando
atenção no que o ser nos traz de melhor…
Praticar dia a dia… entre os elementos que se anunciam…
Sejam o fogo interior que desperta a força de vontade de se
erguer e permanecer nesse caminho que leva ao ser maior…
Seja a perseverança,
a rocha que se torna cristal de lembrança.. transparência da vera criança que
protege a vida entre a vida que ainda não é lembrança…
Seja a transmutação, a força da vida em turbilhão.. a emoção
incontida, feita – pouco a pouco – devoção.. seja a água nele espiralada,,,
seja a cobra por ela representada… vitalidade que se transforme a transforma
vida em vida maior…
Seja o sopro… o ser subtil.. o ver além do ver… do sonhar e
do sentir… seja o ver do alto, o expandir sem sobressalto a consciência – e
assim assumir…
Garça… que assim em voo se alça… para mostrar – em bonança –
aperspectiva mais alta do que ainda há por subir…
E subimos a “montanha” desde a perspectiva antiga, da origem
esquecida… entramos no vale feitos criança… para o praticante que persevera e
avança – o caminho de regresso, passo a passo – como num verso – rimado de
forma hábil, subtil….
Desenquadrada de tantas outras formas – mil… entrelaçada na
forma, na via, no “Dao” que anuncia – a via natural como caminho… a virtude
como manifesta… sem que nada se faça para que a mesma apareça… arte sem mais
opção… ser no centro e estar no coração…. Caminho de devoção…
E aspirar a ultrapassar o Dragão.. o guardião da verdade… da
via e virtude para quem – em seus olhos pare… e no seu espelho repare…
Verá o que ainda tu não vês.. o que tanto de ti ainda podes
crescer… quanta virtude, quanta coragem ainda a tua alma pode conter… e
expandir… e ser… dentro do grande Ser… e assim viver… em ti… e através de ti…
se manifestar e viver…
Até aqui foi um caminho- agora uma opção… só… sempre contigo
– essa voz… de amigo – que por dentro lembro… mesmo quando não o consigo – e se
mostra noutro rosto, noutra forma de se fazer aparecer… transparecer… e voltar
ao eterno lugar de onde sempre – sempre – nos há de proteger…
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