O Cinto de Ouro…
Havia lugares escondidos – pelos povos invadidos… era o Ouro
dos loucos… que todos temos um pouco e que não sara, nem virtua, nem pára a
onda de gente nua – na rua – que dia a dia se cruza e se mostra – cada vez mais
longe da sua própria costa… essa onde o barco irá varar… essa aonde podem – um
dia ou noite chegar…. Na companhia – suave ou fria – de quem escolheram para
assim vogar…
Era o outro dos cintos… dos que se sentem por dentro – não
minto – desses que é impossível depois se deixar, se largar – se esquecer ou
simplesmente deixar esmorecer enquanto houver força e coragem para continuar…
É um caminho – uma escada de tempo antigo – entre este tempo
em espiral – um espelho – vivo, amigo- de um e outro lado deste nosso "vale”…
De uma lado o dourado de um Sol que se esvai – de um outro –
o prateado de uma noite de lua que nunca descai… e juntos – uns de esquerda mão
escolhida, outros de direita mão ferida… seguem neste precioso valse… nesta
forma de escrita, de dança interdita – ate que se volte – de novo a manifestar…
O cinto de ouro – procurado – que não pode ser retido,
retirado ou roubado – nem ganho ou perdido – por ser espelho fiel e amigo – do
que pode dentro animo tudo aquilo que digo…
Esse que se mostra quando deixas atrás os medos, os receios,
os novelos de um mundo velho – por um caminho novo – ao mesmo tempo antergo –
no que tudo o que era vero se manifeste no seu tempo e a tempo inteiro…
O cinto de outro tem fasquias… como pequenas escadas de
degraus para pisadas esguias… nem parece feito de grandes triunfos… por ser de
cristal e de transparência tal que nem se vê – nem fica bem… nem fica mal…
Esse caminho dourado – trilhado por amigos – outrora
escravos –que queriam ser livres – lado a lado…
Como uma história contada noutro lado – de um leão sem
coragem, de um espantalho que apenas tinha na mente aragem, de um ser de lata
que não combata por coragem de coração, por um cão que não largava a dona e por
uma dona que não tinha lugar – para ir ou voltar –a não ser mostrar – que o
caminho era caminhando e que todos juntos podemos fazer assim outro tanto…
O cinto dourado- é o que prende as calças quando as calças
se deixam de lado…
É eu demonstra a nossa verdadeira nudez – essa que vem de
dentro e que algo maior fez…
Esse cinto – sente o riso do vento, o furor do tempo
transformado em vaga de mar… em fundamento e pilar de vida a preservar e de
caminho a assim partilhar…
Esse algo que por dentro – como fogo lento – nos cozinha e anima-
devagar – que se mostra em lufada de brisa feita aragem irada e depois se
esvai… como a própria natureza de onde vem a inspiração que nos reza como se
chega e como não…
Seja esta uma forma estranha de se mostrar o espelho maior
ao ser humano jovem criança – procurando com todo o seu saber – desvirtuar ou
esquecer – o berço que lhe deu o ser…
Seja ainda uma forma de evocar – que o espírito, o sopro, a
motivação que nos impele a seguir e avançar –vem de aquém deste meso lugar – é
uma chama que anima –q eu vai além do que todo o mundo diga e ainda assim nunca
se deixa mostrar…
Às vezes é sintonia
Como o mar em acalmia
Às vezes é vaga que se ergue – escura e fria – e se abate
sobre a costa sem a aleijar… diferentes cadências – mesmo cantar…
Mesma latência de uma única voz – em nós a ecoar…
No momento que a imagem e espelho se conseguirem abraçar –e
mais não houver distancia nem crime nem velho nem criança a encontrar…
No momento no que se reconheça a sol, o céu a se esvair… de
vagar… como uma pintura que alguém deixo ali – a secar – feita nova forma de
alvura pelo calor vivo de quem assim se entregar…
No momento em que sejamos mais do que um – que saibamos e
sintamos – que só – não está nenhum…
Quando as resistências – suaves cadências – que levantamos todos
os dias – grilhos frios enquanto seres escravos – se dispersarem, se diluírem e
fundirem nos fogos vivos das novas idades…
E relâmpagos de vida trespassarem os algozes que nos
mantinham e mentiam acerca dos sentidos e verdades dos nosso próprios
caminhares….
Quando vejas e sintas – talvez pela primeira vez –a tua
própria forma, a essência que algo, qalgures assim quês…
Quando vires como te mostras – mais além da angustia de não
ser, da revolta de te mostrar quando ninguém te parece ver… além da mansarda
que marca a pauta do teu viver… de seres igual sem querer.. então manifesta-se
essa luz branca, essa luz pura – que cada qual veste e assim mostra em forma
própria de alvura…
E cada cadência – uma nota – nova – segura – uma nova
essência – na melodia antiga que em nos assegura… que existe um sentido além do
que é dito… que existe caminho além do desbravado, que existe sentido e vida –
apara quem vê – reflectido e gravado em todo o lado…
Que despertar para este limiar – ver – sentir – e olhar e
crer – se saber – como chegar a ser… como chegar ali – a esse lugar do
verdadeiro querer – referido desde sempre sem ninguém para to dizer…
Olhando envolta – reconhecendo – tanta gente assim – à solta
– indo pelos seus próprios passos descobrindo a natureza deste nosso lugar –
espelho de vida plena – prestes assim a se manifestar…
E as melodias – que são sintonias – de gentes a se encontrar
– em qualquer momento, em qualquer lugar – além do que a norma ou o tempo
possam assim pautar – farão riachos serenos, entre florestas – além dos venenos
– dos pântanos que nos pretendem travar…
E nesse lugares amenos – entre o riso sereno – das água discorrer devagar –saltando, ecoando entre as
pedras antigas que te estou a lembrar – que despertam memórias vivas – no corpo
que veste e que ainda não temos forma de vivenciar – de sentir devagar – de crer e de invocar além dos atritos e dos dias ditos que nos pretendem ainda assim impor devagar…
que veste e que ainda não temos forma de vivenciar – de sentir devagar – de crer e de invocar além dos atritos e dos dias ditos que nos pretendem ainda assim impor devagar…
Escolhas de tempos a chegar… o mundo das algemas douradas, o
mundo das águas claras – as que tu trazes para partilhar – para seres água entre
água – que fui – livre e clara – com um destino latente – presente entre quem
assim souber partilhar…
Para que esses dons
que estão a despertar, para que os pequenos que são granes – que estão por ai a
chegar… para que saibamos acolher e reconhecer o que nos está acontecer –além
de toda a tecnologia que nos possa modular…
A semente viva – da vida em nós a se mostrar – desperta no
seu devido tempo, no seu devido lugar – e o tempo – antergo- volta para nos
mostrar – a história além das histórias inventadas para nos ocultar – que a
vida em nós tem um sentido maior do que quem –diga pense ou sinta que é seu
dizer… definir, escrever – o que ensina – o tempo, a vida, o momento, que nos
rodeia e motiva para um novo fundamento- o que nos leva pelo caminho – atento
de regressar ao ninho que – desde sempre – trazemos dentro…
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