sábado, 15 de fevereiro de 2014

Uma carta a quem leia...

Muito boa tarde.

Tendo em conta o vinculo que nos une – no devoção e na prática a algo que atesouramos como caminho válido para ajudar a crescer e vivificar seres humanos específicos, dentro de um ambiente de especificidade diversa (no teu caso –com um nome, no meu… ainda não sei).

Sabendo que caminhamos unidos nesse caminho e que – os passos dados por um, se reforçam nos continuados pelo outro, venho apresentar o intuito de seguir caminho, de deixar abertas possibilidades a que esse caminho cresça com mérito nos lugares onde é mais necessário e que possam ser essas “sementes” plantadas pela própria vida que se manifesta através de nós – humanos – das mais valias por ela em nós depositadas e pelo saber fazer evidenciado – que algum dia (tarde ou cedo – não sei) cresçam pequenos canteiros de repouso e bem-estar entre os lugares onde o ruido possa ser motivo para que alguns pensam numa alternativa veraz à forma e ritmo de vida actuais.

De momento vou batendo nas portas e – sobretudo – definindo por dentro (para comigo mesmo) qual o intuito mais profundo ou verdadeiro que motiva o avançar com uma proposta que pode dar origem a algo que – penso – seja especial e útil.

Seja neste lugar (pelo potencial que já te comentei e que engloba os lugares de Monção e de Cerveira assim como as suas respectivas zonas “espelho” na zona de Goían  Salvaterra) – sem estas “sinergias” e sem a salvaguarda que oferece o existirem pilares centrais e pilares laterais de suporte, a possibilidade de que a iniciática cresça pode ficar em risco de isolamento.


Mais do que um pântano- intuo que possa ser como um lago – onde as águas vão ficando mais transparentes à medida que a iniciativa ganhe aderentes.

Tempo de qualidade e dedicação a uma causa que advém do tempo actual.

Ser Humano por inteiro e disponibilizar meios, recuros,e tempo para vivenciar a experiência humana e o seu desenvolvimento em termos de aplicabilidade no meio envolvente e do desabrochar das qualidades latentes que cada umde nós detém ou das quais foi imbuído.

Permitir que aqueles/ aquelas que sentem este chamamento e que – dentro do meio marcial que te comento – possam aderir- com sensibilidade – a que várias pessoas em diferentes idades, têm formas diferentes de serem sementes de virtude.

E que existam “professores” – irmãos ou irmãs maiores – que em cada uma das áreas de movimento, vitalização, expressão pessoal possam contribuir de forma a que o seu saber e saber fazer particular se manifeste através das ligações que possam com os seus seres ”pares” partilhar.

Esta é a visão de algo que se pode começar a fazer – com pequenos lugares, em pequenos lugares – onde a ideia possa começara crescer.

Esses tais que tive ocasião de te comentar.

Pode vir a chegar amais – depende de quem acreditar, quem sentir que é momento, o tempo e o lugar e de quem assim puder ajudara concretizar esses pequenos luf«gares / lugar- para que o resto possa – por si mesmo – desabrochar.

Podemos pensar numa forma de arte integral – que integre os saberes e o saber fazer e o sentir e o aspirar a ser – de maneira original e que permita – com o devido enquadramento e em contexto natural (talvez rural por sero meio mais ameaçado de desaparecer deste nosso vale e que detém em si o potencial e recursos – técnicos, humanos e de enquadramento) para que o resto do processo se possa desenvolver de maneira simples e gradual.

Que a cultura popular (tradicional) tem em si muito do fundamento da arte marcial que nos foi dado a conhecer e praticar – e que – sabendo traduzir de forma não linear- pode incluir pessoas e gentes que sintam e vivam talentos que sejam depois eles mesmos instrumento de mudança no seu contexto próprio ou noutro afim – nesse mesmo local/ enquadramento regional.

Os potenciais latentes necessitam da protecção e experiência prévias, do entrelaçar de protocolos que defendam- entre as entidades actuais (e encontrar as semelhanças entre elas parece estranho se se esquecer que cada uma – independentemente das pedras e das ideias – contém as pessoas certas que sentem e pensam de forma parecida se não “sinérgica” com esta ideia que te continuo a partilhar)…

Sejam estruturas organizacionais de pendor espiritual, que sintam que o caminho pode ser suavemente transformado em contexto e em modo (temos aqui uma zona chamada Vilar de Perdizes que congrega tradições de Várias áreas da tradição”) dinamizadas por Um Padre como elemento de referência e existem ordens internas na própria igreja que adaptaram a prática marcial às suas actividades regulares);

Autarquia/ soberania local – sob forma de paróquias que recebam e defendam as actividades tendo como ponto fulcral a manutenção/ protectorado da vida e do seu foco como elementos “sagrados” desde o ponto de vista profano – e que são traduzidas pelos pilares na constituição anunciados – seja a saúde como sinónimo dessa mesma vida, seja a equanimidade de distribuição de tarefas e a mesma avaliação do valor de tempo que cada qual desenvolve/ entrega em termos da qualidade inerente – equidade ou justiça/ seja na partilha de saber e saber fazer – experiência – como forma de “educação” que vá mais além da escolástica e que complemente a mesma coma experiência do ser: saber fazer, experiencia acumulada e partilha – saber ser – em termos de fluir algo que não se “possui” nem se “conserva” a não ser em “salvaguarda” e em propósito de partilha e fazer fluir para quem assim procure encontrar, multiplicar e fazer vibrar – como sempre foi e como aprendemos do próprio ser, do próprio corpo que nos foi dado a habitar – que a consciência da experiência vital e a própria vida – nem se anulam, nem competem, nem se mostram como “estanque” sendo um todo coeso e fluído com indefinição constante e com um atendência estranha para se transformar);

Dito isto de outra maneira – o sonho que vai por dentro é o de:

Síntese – no sentido em que a arte – criativa, recriadora, diversa e em permanente mudança – e a marcialidade” – a devoção a umalgo que palpita por dentro e desde dentro se manifesta em especificidade – pode ser sinérgica com várias áreas do ser:

Desde a música e a forma em comoo movimento se expressa no ser humano e na sua maneira ÚNICA de o fazer valer…

Desde a inspiração (auto-confiança) de encontra essa certa “voz interior em reflexo dentro de um espaço,enquadrada num agrupamento de gente que sinta de forma semelhante – independentemente da idade e da sua própria maneira de o fazer valer….

Em contexto natural – sentindo que o seu ser se expande quando desde dentro e em derredor se sente a mesma forma de arte ou devoção…

Através de pequenos exercícios de atenção consciente – que reúnam os diversos pólos de atenção em redor de objectivos comuns (como a vitalização/ promoção de saúde integral através do movimento e inspiradas no QiGong) e que promovam as pontes e o fluir dos afectos até à vivência da “energia vital”, que nos alimenta e compõe – quebrando as cristalizações anteriores – inerentes à máscara social e promovendo essa força vital como vivificadora de pessoas, grupos e lugares:
 – através de actividades paralelas que condicionem os respectivos lugares – seja para a prática, seja para receber/ partilhar essa força/ experiência com agrupamentos locais de pendor cultural e que estejam comprometidos de forma semelhante com os respectivos ambientes naturais, a cultura local, o saber e saber fazer tradicional – sejam agrupamentos de folclore ou outros (culturais) que se apresentem em casas de cultura dos teus respectivos lugares de referência;

Que através do movimento com INTEGRADOR da pessoa humana dentro da sua realidade dita “maior” – o ganho de consciência de si, e dos diversos elementos “subtis2 inerentes ao processo mecânico – como pro exemplo pela prática do Tai-Chi Chuan – podem promover a adesão de elementos em idades diversas, que integrem – de forma coerente – este movimento multifacetado – que através da música, do movimento, do sentido de si, do sentir do fluir da vida internamente e do integrar várias pessoas de idades diversas possa concentrar focos de atenção em lugares chave para que possam significar sementes” vitais de um movimento que renove:

O tempo – em termos de qualidade de vida;

- o agrupamento entre seres – em termos de afinidades desenvolvidas pela prática de uma metodologia adaptável, leve e tendo como base a vitalidade, o movimento e expressividade de potenciais pela arte (neste caso – promoção de saúde integral através do movimento inspirado na dança e na arte marcial como formas de movimento de berço comum e com tendência para unificar o que parece fragmentário na experiência humana vital);
A vitalização dos espaços e meio rural contextual  a que a prática seja sinérgica com a natureza que somos e representamos  de forma simples.
Desenvolver pontes de ligação para com o ser interno, para com o contexto adequado a que este “recordar” seja cada vez mais pleno e este “despertar gradual” se desenvolva da forma gradual, adaptada e aconchegada:
 para aqueles e aquelas que cheguem a este chamamento de compromisso com a própria vida em si latente possam – gradualmente despertar como uma semente:
 – no contexto, no “chão certo”;
- protegidas e amparadas pelo maior número de organizações sólidas comprometidas e na pessoa/ pelas pessoas certas nelas envolvidas, além das pessoas/ particulares que vejam e vivam estas mais-valias e sejam ninho propício a que cresça este género de desenvolvimento humano integral de forma espontânea e sem entrar em atrito com outras formas, de sentir agir ou pensar.

Promoção de uma visão integral de vida:

Na qual –a vida possa ser experimentada como verdadeiro presente… e que as várias transições nela existentes se interpretem além da raiz do medo – sejam vistas desde o ponto de vista da confiança – tal como ensinam várias correntes marciais
 (e em especial uma certa filosofia – traduzida por “ueshiba” e o seu “aikido” – que confiava que o entrelaçar de força vital era unificador e transcendia as fragmentações várias indo além da cegueira de se considerar parte independente ou isolada dentro de um todo coerente e coeso);

Neste sentido – “evolucionar” até que a “transição” ou “passagem” para um ou outro lado do “espelho” ou da consciência da própria vida que sou/ que és… se desenvolva de forma espontânea;
 – tal como o mergulhar no sono, noite após noite, sem medo de despertar ou não num outro dia e consciente de que – ao mergulhar – se expande a consciência ou se dispersa o medo e se mergulha em “algo” sempre presente.

Um ALGO amparando a existência, mesmo quando a mesma se não vale a si própria.

Inerente a este movimento, ou iniciativa está esta confiança – de que o ser humano – sendo a própria vida – está amparado e contextualizado – tecido vivo – à espera de que o latente seja “lembrado” de forma harmonizada e coerente, com tudo aquilo que lhe promove ”mais-valia” – valor intrínseco ou saúde …
Neste contexto e desta forma promovida e desenvolvida para que as sinergias possam assim ser:

Próprias – desenvolvimento de consciência de si/ natureza interna indivisa;
Grupais – desenvolvimento dos sincronismos, das “coincidências”, das afinidades que trazem para perto – que levam para perto – esses seres humanos que despertam;
 – para perto dos nichos próprios e com fundamento a que este “despertar” seja sintónico, ameno, e gradual – sendo perturbado da mínima forma possível ou estando completamente protegido do ruido;
Comunais – que enquadrados dentro de um meio local, social, rural, com entrosamento numa cultura ancestral e com enquadramento natural – estes potenciais humanos se possam integrar, interagir, vitalizar-se e vitalizar o seu meio contextual:
 – seja na cultura, no saber e no saber fazer evidenciado de forma regular, inserido na própria rotina do lugar, na vivência dessa comunidade que acolhe a actividade assim dinamizada e nela se vê reflectida e com ela se dinamiza;

Alternativa – em termos de vida – como manifestação de qualidade e com precedente válido a que outros elementos, de enquadramento semelhantes (em sintonia) se inspirem e possam ser agentes de mudança no sentido do desenvolvimento de promoção de saúde humana integral através de metodologias afins, noutros nichos locais com o potencial para que a actividade possa se desenvolver/ enraizar);
 (a do movimento advém da experiência pessoal deste que te fala – poderão ser outras áreas….
Este que fala interpreta a corporalidade como base e substrato universal, para poder desenvolver posteriores qualidades (como a fluidez, a expansão da consciência, o sentido de si/ do outro e de integração destas no serviço ao meio contextual):
 – sejam o natural sempre, sejam as suas partes constituintes (traduzíveis por cultura e valor imaterial local);

Assim – aqui ficam os pensamentos sobre a actividade que se pretende dinamizar.

Se – por acaso- tiveres conhecimento de algum lugar onde a mesma possa começar – como salvaguarda – em ternos das sucessivas tentativas que se pretende encetar para  que exista o sonho em semente de algum lugar em especial onde a mesma se possa integrar – na figura e pessoa deste que te está afalar.

Um saúdo (marcial – por devoção).

Daniel



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