primeiro a aparência da criança - que cria - e acreditava - em quem a guiava - assim poderes imensos - ameaçando - corações viventes "se entregando"
( a cor vermelha - "mestria" - e - "casamento" - na china o fundamento)
O mestre
agora silente suave brisa em deserto ardente
assim flamejante espada sagrada
assim viva e reluzente
em forma devida e coração de gente
lição entre areias descrita
milhares de luzes
palpitantes
corações
das
gentes
as
que
encontrares
que em vida se agitam
ASSIM
REESCRIT@
"todos baixo o céu"
(QINA)
esse que é céu de amar
que
é
"meu"
e
que
é
"teu"
a
"terra" não desmente
que
(sempre)
ampara a viva gente
que a luz é para todos igual
que o sol assim não se esconde
nem se envergonha
em tua
em minha
fronte
que
a chuva
de vida
em nós recai
e
que sombra
sendo ferida
assim por nós
é
igual
reconhecida
força
amiga
sol e luar
em
"clipse"
qual
suavidade latente
qual
ventre
universal
de
toda a viva gente
(sendo qual mãe qual pai universal)
assim sendo sustida
a
sombra mais antiga
duplo
ser de vida
de
vida
a ser
e
a se coroar
UM
CORAÇÃO REFORJADO
da
separação
foi nascido
da pai e mãe e terra e pátria
o ser
sendo
tendo
assim por dentro
vivido
"shattered"
"TRADING YESTERDAY"
(partido)
quando
perca
o
rumo
quando o espelho
que sou
se estilhaça
quando uma lágrima
parecendo perdida
se reacenda na
tua lúgubre
vidraça
assim candeia de novo acesa
candeia de luz consagrada
candeia de novo
sendo ilesa
e
vidraça pura de novo sendo selada
até que o espelho vibre de novo
o coração mais puro estremeça
(...)
algo novo aconteça
uma lágrima cai na areia e uma rosa pura se acende
uma
forma do barro
da
treva
assim
humana força
viva
vida nova
assim
reacende
Luar de Esperança em ser de vida HUMANA
melodia
assim
feita de novo
criança
assim vista
entre o mais puro deserto
assim adomecida
em
vivo reflexo
a
lágrima
continua
viva
e
está
'inda
bem
"contida"
a espada
jazenete
assim em terra
estendida
lagoa viva e brilhante
em deserto
perspectiva
miragem viva renovada
assim vida sendo em vida entrelaçada
um sonho
uma espr'ança
ser de novo
qual ser criança
a
se
entregar abraçar e cuidar
por entre as linhas
de areias mais finas
perseverando
a
se amparar e respeitar
de vida e amor de vida
assim
tanto
tanto
(as palavras tempo e fôlego - em si nada valem -
são todo o tempo
- todo -
esse
que é de mim para ti
- se esvaem -
se assim esquecer - se não chegarem em ti a sorrir
sendo apenas palavras ao vento
sem razão
sem vida
e
sem
(teu)
vivo fundamento
- VER O QUE ACONTECE -
AO MESTRE DE AMAR -
MAIOR
QUANDO SE ENTREGA
UMA E OUTRA VEZ
SE ESQUECE
- DO SEU MEDO E DUVIDA -
ANTERIOR
até que um dia seja sentida
esta prosa viva
prosa de novo em ti
revivida por uma via
caminho de vida a seguir
- sem ter mais maneira
entrada saída sequer
de se escrever
a bem
quando bem se quer
de
saber fugir
de saber aprender a fazer-te sorrir
quando séria ainda meditas
nas antigas
ditas desditas
quando séria
ainda altiva tu és
cipreste
livre
candente o som de a palavra
viva a teus pés
assim lágrimas se entregando
vidas assim se entrelaçando
qual a dama mais pura e fria se ergue
qual a tua imagem em espelho
"soergue"
aquele candor
aquele sorriso
que aparece
por vezes e se encontra
senhora em vida e verdade
'INDA SUMIÇO
(eclipse de luz e verdade
um novo lume reacenda
quando regresse a claridade
assim a vida nova compreenda
o clamor de vida que há em ti
e o subtil da aragem viva que inda habita em mim)
assim vida estrada e caminho percorrido vivo e por sempre
indo mais além ou aquém estando juntos
- assim -
VIVO E VITAL
PRESENTE
(as palavras não têm sentido
- sem coração que as erga
o coração perde o brio
sem
palavra de vida que o enalteça)
Todas as Cartas de Amor são Ridículas
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
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