quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Além das ilusões - ver - cara a cara


Nesse lugar de desespero
Onde toda a gente ruma
Sem sabê-lo
Existe coragem
Existe a viragem
Além de qualquer plano
De gente ou de imagem…
Existe quem se dê

Portando em si a vida
E crê
Que avida
Convida a ir mais longe
E sonhar
A encontrar a via perdida e voltar a avançar

Até ao cimo do monte

Onde a tal “eagle” – cry” – ou cai

Até ao centro da vida
Em peito sustida
De onde jorram as águas vivas
Que mais não se podem pautar…

A força da vida
Um dia
Tudo isto há de mudar…





Muito boa tarde;
O meu nome é Daniel Pinto;
Como Enfermeiro em terreno em Timor Lorosae – na montanha – Oe-Cusse – enclave em território Indonésio desde Agosto de 2004 até Dez de 2004 e como chefe de Missão na Capital – Díli – desde então até Maio de 2005 – as histórias, vivências e memórias adquiridas lado a lado com um povo e com seres humanos de diferentes etnias, nacionalidades, organizações intenções e formas de se integrar e colaborar –junto das politicas actuais e internacionais – levam a tecer certas ilações que poderão ser úteis para a realidade contextual actual – num momento no que Portugal passa por grandes crivagens em termos de :
Identidade cultural;
De alicerçar ou alienar pilares de base que nos definiram – e definem – como seres Humanos (com “H” Maiuscula) – dispostos a reconhecer e defender ideias nobres e ao mesmo tempo factuais – tidos e sustidos nas cartas e acordos constitucionais – esses algos que nem se pode vender, comprar pou ignorar e que todos temos o dever de reconhecer e salvaguardar- como certas crianças timorenses – de suas poucas primaveras – cantando mão em peito – tendo passado auto-determinação de cariz internacional e folias de cariz indeterminado que levaram vidas deste para outro lado – cantando – a grito em peito marcado – “PAATRIA”…
e as fundações de Hotéis de milhões tremendo e cambaleando iluminadas por esta força contida nesses pequenos seres humanos de Grandes Vidas – assim falando… assim se manifestando…

É desta força, deste Primor – é deste seu e Nosso Timor que venho aqui falar;

Assim apresenta-se um texto de apelo – algo que fale directamente – tanto da força em nós latente como da ameaça – que se faz cada vez mais evidente – de sermos – livres ou escravos, intensos «, plenos, com identidade própria como gente ou assim englobados, assimilados e alienados num mar de culturas que ainda não está – neste lugar – preparado para ser visto e respeitado sem ser como um processo hostil ou agressivo de certa forma velado;
Ainda há tempo pra ter essa vida – em certos lugares marcados – feita vida assim sustida e vivida – ao nosso próprio passo e ritmo acompassado- por um coração – bem Humano – com rosto de gente que se reconhece, que colabora – “mano a mano” – como se verá nos vários episódios de seguido contados – uns alertando (latas) para a “lata” deste processo internacional montado – outras mostrando o potencial do que une e liberta – sem ou com ciência certa – seres Humanos irmanados – baixo um mesmo empenho de valor e louvor assim encontrados; seja recuperar um centro algures perdido no espaço e no tempo, seja em episódios curtos que traduzam outras muitas minutas de colaboração sem meios implícitos, sem contratos explícitos – simplesmente por simples reconhecimento da Humanidade comum a seu devido tempo e momento… veremos se também conseguimos ver (viver ) assim…

Junto se enviam primeiras duas sequelas de série que retende reflectir as realidades de Timor – Montanha e zona de capital, através do olhar de um Enfermeiro – primeiro em terreno depois chefe de missão internacional na mais jovem nação do mundo – nessa altura – 2004/ 2005.

Aproximar a cultura das gentes que – ora na montanha como nas serras do soajo às argas – nos saúdam de portas abertas e olhares em medo – dizendo bom dia ou boa tarde ao desconhecido/a sem ter mais do que zelo por bem acolher… e as cidades onde os internacionais marcaram pautas, com agendas próprias que não se encontram – desde os seus respectivos gabinetes de capitais e guichets como a Troika está entre nós hoje a fazer o mesmo fazer… e as actividades tantas que se faziam – colaborando – entre idosos, jovens, crianças –adultos a colaborar – sejam nesses meios – com meios parcos para concretizar – sejam nos meios que nos restam antes de se chegarem a desertificar :
Sejam as escolas primárias a vagar;
Sejam as juntas de freguesia e o poder de escolher quem se conhecia – soberania;
Seja a equidade de cada qual se dar conforma sabe e pode:
 – e ensinar de pares o que assim se sabe -  e se entregar, nesse lugar:
 onde o coração sobe e o bem fazer escasseia  e ainda pode vir a renascer;

Como em Timor nos locais de animista intenção e de profunda tradição, arreigada, consumada e abraçando a cruz trazida por sobre as águas – faz mais de quinhentos anos- ali permanecendo – no seu ritmo suave e lento – ensinando a quem vê, a quem se abre e crê… numa vida vivida ao passo que o coração dira- pé ante pé… como nas aldeias esquecidas, nos outeiros, nas Maias entreditas, nos saltares dos fogos de S. João, nas pedras antigas – e as suas viditas, debaixo dos templos ali esperando – voltas de direita esquerda se mostrando, e as festas maiores – como o S. João nas argas e as gentes que falam além – desses pedregulhos erguidos – soajos escondidos – desfolhadas de outros tempos – de casamentos agora esquecidos…

Timor – aqui e além…
Pelo pureza das gentes de aqui e além- nas suas montanhas e nos passos que se lhes são dados  a dar – desde o coração e da forma e maneira que sabem bem manifestar;
Timor é aqui e além – nessa forma de vida, que afasta e se torna invasiva – nesse algo  que aliena – que silente se sobrepõe a essa outra tal vida inteira e esquartilha, a esparge ao vento colocando crianças longe já de jovens, jovens longe – no estrangeiro – procurando futuro, melhor dinheiro, e adultos uns contra os outros por um emprego, pelo poder de ser reconhecidos quando desde sempre amigos e companheiros... e os velhos – esteios de estabilidade – perdidos, escondidos, enterrados: debaixo do tapete dos lares e centros da terceira idade – como lixo assim desvalidos numa sociedade que se diz de Humanos valores e fortes convicções – aqui como além – a Troika em mais quem – a comandar as cidades- mil e uma organizações internacionais sem projectos de integrar –a cultura local – e sim impor uma forma “dita maior” de poder, de coordenar, de a moeda mandar” – Timor é além e é aqui – nas Troikas, austeridades e nas sustentabilidades que poderemos um dia – sim – nós por nós gerir;

Timor é além e aqui – nesses sábios e discretos resistentes – que mano a mano – manos – desenvolvem os projectos da terra reconhecendo olhar de quem chega;
Não os da cooperação que lhes vão ensinar – talvez os que vão aprender e colaborar – meter mãos à obra –ganhar bolha em terra de forma e cariz vulcânico e a cavar e participar e a rir e chorar e suar – e ser parte dessa cultura ancestral – de mais de mil anos de vida – nessa montanha protegida – por muito que lhes queiram ter trazido uma outra – aquela acabou por ficar…

Animista, linda, acolhedora, simples e senhora da montanha que serve para acolher, receber e ensinar quem assim – directamente – quiser reaprender  a Humanidade que – por aqui – se tem de escrever em cartas magnas para se lembrar, para se aprender a respeitar… e depois esquecer – pouco a pouco e devagar logo que os grandes eventos ou tormentos que as motivaram têm tendência a se esvair no tempo… e devagar…
 Que ali (como em certos lugares aqui) – se vive e respira em cada recanto, em cada atitude e acção –s em sobressalto;
Sem relógio marcando pautas – com o tempo e a qualidade de estar em conjunto – juntos – erguendo lugares para outros ocupares – e colaborando todos – internacionais, locais, crianças adultos maiorais – especialistas e aprendizes – grandes e petizes – Indonésios ou Timorenses – nesse lugar essas credenciais de nada servem – serve o coração a se dar, a boa vontade ao se entregar e partilhar o que se sabe – é uma forma universal de universalidade;
No final – trabalho feito – como em todo e qualquer lugar – todos têm direito de celebrar – essa partilha essa colaboração sem par;

Como em certos lugares que não se vão nomear – que existem – desde as terras mais hermas, às mais escondidas entre verdes flores e florestas antergas – nessas freguesias – nossos – minhas – que se reconhecem a milhar – árvores antigas sobre pedras de águas fugidias e tantas e tantas tradições –além das regras e grilhões impostos – seguem esses nos seus postos – garantindo que permaneça a linha anterior, a voz maior, a voz de Amor que não se impõe, que não dita regras a não ser as mais óbvias – as do círculo da vida e da sua estranha e coerente perspectiva;

Harmonia aqui também sentida – pouco a pouco abafada, ou drenada, ou substituída - baixo as bandeiras da cultura “pop” vestida
- tal como em Díli capital – na que o jovem já não reconhecia – o “catua” da Montanha – seu maioral;

Timor é aqui – se “eles” (que somos nós – noutra face, noutra aparência, noutro momento do tempo que se repete com persistência – noutra viva voz de eloquência – cantada por dentro – compreendida e partilhada – por quem ama e não tem a tal “vá glória de mandar”);
Se eles ainda conseguem resistir, de forma discreta, de uma maneira indirecta, como se a máquina internacional resvalasse nas paredes firmes da montanha e os projectos não pedidos de origem internacional encontrassem o pantanal de quem os não compreende ou – aparentemente – parece compreender bem mal)…:
Quinhentos anos de aculturação, duas seguidas ocupações maiores, exércitos, milhões, de obrigações, de petróleos, de controladores geo-estratégicos: entre pacíficos que não são tal entre Koreias, Chinas, Indonésias, Australias, Américas e Europas e muito mais… e Cubas e tantos e tantos que lá vão:
 – nessa pequena terra de setecentas mil animas que se aguentam – contra esse temporal que lhes chove por todo o lado  e que consome – nem preserva – tudo come – a sua própria força humana – essa a aqui lembrar,  a assim reaprender e respeitar;

Aqui – como além, como em lugares de forte ligação à terra – acontece este –“desenraizar” – este alienar silente – que tudo pretende mudar.
Aqui – nessas rochas antigas – é Timor agora que nos anima:
 – se eles conseguem – sendo uns centos – nós que assim somos – conseguiremos também;
Se eles encontraram os passos certos – ligarem-se e não se separarem – nem com os preços certos, bem com os elos mais fracos, nem com tanto lixo de contrabando que nos é dado e ensinado para competir sem parar – para que se esqueça o que é enraizar e colaborar – como sempre fizemos – nós os “pequenos” grandes gigantes, disfarçados de pessoas de povo errante - emigrante – numa grande Europa – sempre a mudar;
 – eles e nós… Temos Timor aqui – agora vemos, passados uns anos –que esse processo de Gregos e Troianos – de seres que querem novas nações, para novas proscrições e que assim sejam em passos acelerados – que embatam com as rochas dos nossos antepassados, com as altas costas e com as raízes profundas que juntos desde sempre plantamos;
E que nós efectivamente mergulhemos – além dos novos romanos – e efectivamente descubramos – essas pedras firme s fundacionais – mais não ouros e pratas e correntes que esganama nossa firme vontade – de povo humilde (da terra) e livre por devocional:
 – que se reacenda essa a Luz Titânia, luz de Titãs… de gigantes, de Oceanos a rugir de Amor – que com seu (a)braço vencedor – mundo novo – neste momento de escolha – dão ao mundo a se renovar…
Descubramos – através desses povos irmanados, acerca das raízes, as origens e ai nos deixemos – quedos – calados…
 Disfarçados numa floresta que não mexe, cheia de seres assim enraizados… cientes da sua natureza, da sua essência e verdadeira natureza e assim em luz disfarçados, entre sombras ainda velados, no nevoeiro agindo, esperando, contendo esta vaga de  lume negro, que se vai esvair pela simples natureza da força que  a fez surgir;
E depois iluminados – mais não como grandes mestres de coisas que se aprendem em todos os lados, nem nos escolásticos livros em elásticos colados, redecorados em cada ano e assim – em teorias renovados – elevados sobre bastiões de força maior;
 – de luz que jorra desde a verdade interior – essa que reflicta o que a natureza nos dita e que a cada qual é descrita de forma directa e sem intermediário ou mediador:
 que cobre taxa por aquilo que se dá por amor, por amor se entrega, por amor se reverbera – como se poderia assim cobrar aquilo que a vida nos diz que é “nosso” assim para se partilhar?...

Que aquilo que é nosso – como diz uma certa lírica de música de Paulo Gonzo em espelho de água;
 – mais além desses Romanos – que são Universais , que são de gentes activas e vitais em viver o que se prega, e que não de direito de outras capitais:
 – deixem espaços a que pequenos redutos de gentes vivas – como as de Timor aqui – possam organizar defesas – em redor daquilo que mais não se confessa – do “amor fati”:
 – esse amor que se repete uma e outra vez, que ninguém sabe de onde vem e para onde vai – que em todos tem lugar e pouso e a todos levanta quando alguém assim cai;
Esse povo de Timor – que oferece tudo numa choça de palma estrançada – tendo tudo – aparentemente nada –que não abandona  a família na estrada e que acompanha até ao hospital e dali não larga amarra… como certas gentes – ainda vivas – ainda quentes – entre tanta gente já fria, gelada, pelo medo e o nada:
 – alienada que ainda respira – sem se ver a sua nota de alegria, a tal criativa força de ajudar a vencer (não outro e sim o que por dentro nos está amedrontar, a fazer duvidar, a perverter devagar, ou a regelar para que não siamos do lugar, a provocar para que nos revoltemos e a nossa força lhes demos nessa atitude, sem mais consciência do que se deixar cair na esparrela que nos estão a indigitar):

– esta tal crise inventada, esta austeridade esganada e estas valores que orientam o nosso olhar para um nada que tudo arrasta, sem nada deixar para que se possa assim viver… e avançar ao passo que cada coração em si já sabe e assim ainda tem a mostrar;

Assim se apresentam os relatos – dessa, desta zona – organizados para dará  entender este processo – de uma forma rápida – na mais jovem nação do mundo.
Um processo que aqui se alastra (ou arrasta) – desde o início das primeiras guerras mundiais, que se espelhou com a decapitar as coroas locais, que se planificou ao se assinar a entrada numa Europa já acelerada, que não teve em conta nossa real e propiá passada:
que deixou o gado, o campo e o mar se apagar e que pode ainda – voltar – mesmo quando a olhos vistos, saúde, educação e justiçade todos e para todos – por igual e com qualidade igual – assim pretende levar – pois são os valores Universais que sustentam a própria Vida – essa que não se pode nem vender, nem comprar, nem findar:
 – segundo as condições que determinamos – neste nosso lugar, entre este povo que somos – para assim continuar e perseverarnesse nosso passo, de gente de cariz de alta roda escasso, de gente firme no seu próprio passo acompassado por tudo o que  aterra e o mar e as gentes que cuidavam dessa terra tinham para nós de dizer e fazer
Povo assim – com alma e dura cerviz… agora povo ao vento que bule para onde o internacional lhe diz… internacional em linhas, directrizes traçadas – sobre secretárias alheias pautadas, que não sabem de tudo ou nada –a cerca dessas gentes das socas de madeira, das medas de palha ou do preço de um pão para calcular a mesada;
Como em Timor… pois Timor também é aqui

Mesmo quando prometida – em carta universal assumida – assim mais não defendida – perante o poder (aparentemente imponente) do capital que nos confronta de frente;
Esse que se infiltra por entre a estrutura gerada para vida e sua qualidade salvaguardar (como em Dili capital – casa de chão de terra batida e antena parabólica no tecto acendida – como bandeira de contra censo investida – vendam um frigorifico ao esquimó… e aqui igual:
 – seja o antigo (nosso ) estado social - seja Timor da montanha – a nos falar e salvar:
 – dando ideias de como travar o processo e seguir –ilesa, ileso – rumo ao destino maior;
esse que ninguém sabe e que a cada ser cabe – á salvaguarda dos seus respectivos “catuas” – a maiorais – gentes antigas, fortes, vivas, sabias como as árvores e as rochas vivas cravadas a beira mar – lugares de culto, por serem a memória que nenhum livro poderá algum dia revelar:
– terá de se aprender a viver  e respeitar – até que força do tempo madure por dentro esse algo em semente – que seja fortemente o guia, a  guia de outros que chegam para assim caminhar;
 – eis o tempo de qualidade que nos cabe a nós, os que vão despertando para esta ideia de idade e respeito e fundamento e qualidade do tempo e do tempo de vida  a se manter e salvaguardar;
 – libertem assim os “prisioneiros” ou não os nomeiem assim  mais – nem reformados, nem desalinhados, nem desintegrados do tecido vivo social;

Regressar a concretizar – em lugares originais – à educação por pares – aos partilhares .
Das histórias – nos fogos de “novos lares” – gerados para assim poder se reconhecer –a força viva de seres humanos de mãos unidas para juntos prevalecer;

Que a irreverencia adolescente – a revolta perante um plano assim tão abrangente como contingente -  que não os tem em conta enquanto gente a não ser como força de trabalho para integrar:
 – seja força de renovação esclarecida, integrada e assistida – por esses que faltam e se nomearam atrás:
 – se praças inteiras – e passado ocupadas (como as das ruas de Dili em pleno calor assim cheias de famílias inteiras – pela igreja chamadas, pelas internacionais forças mobilizadas, para depor gentes de governos com pautas marcadas – sobre petróleos e territórios e direitos de nações que assim ficavam atadas…)
 – pelas gerações (x) que aparentemente não acreditam em nada – então temos a força da vida renovada – negando quando sendo negada;
 – ao ser obrigada a entrar para uma camara fechada, um gabinete, um quadrado de betão e ferro – como se fosse prisão ou cemitério…
 – quando a vida neles e nelas ainda nem sequer teve tempo de viver cada momento:
 – de vivenciar o amor e o sentimento, de gerar o seu próprio fruto e fundamento e sustento –
 como não se soltar essa água que jorra, desde a nascente a que assim -  pura - se mostra e chora -  (serão os jovens os únicos a entender e compreender em pele, e dizer “não” antes de desaparecer debaixo de um qualquer nome, de cargo numa, qualquer corporação – algures, longe da sua própria nação?)
perante tanta coisa sem fundamento neste nosso tempo corrente – será água que é assim sonora, límpida e transparente sendo assim assim continuamente presente… será pantanal a crescer e alastrar por toda aterra a imperar?...

Esses tais jovens, os e as jovens – mais do que profissão, ocupação e tempos vagos de carizes vários caracterizados como vulgar diversão – estão carentes dos seus reais entes e daqueles que – sabendo por viver, dizendo por ser – assim possam ser pilares e esteios que mais não arredem pé… não como os outros jovens – ainda anão velhos – que vogam aos rumos que os tempos têm para lhes oferecer… Timor é aqui, e eu vi este processo começar na montanha de Timor e alastrar…

E os adulto digladiados – uns desvalidos e acusados – corruptos assim mostrados, outras imponderadas, subidas aos balcões da vida e da balaustrada – de onde a vida não lhes serve de nada… pautas internacionais de novo determinadas – por nós assumidas sem sequer terem sido previamente questionadas;

Timor é aqui, ali onde a vida ainda segue – preservada – de todas esta “mis en scéne” – encenada – para nos despojar do pouco de virtude, de honra de sentido de valor de si – para nos vergara um novo ídolo – de vidro e cristal, de números que piscam sem nada nos dar…

Timor é aqui e nos pode salvar – pelos menos a aqueles e aquelas que ouçam as vozes veras que por dentro – em peito – já lhes estão a rebentar…

O RESTO – é ir passo a passo e caminhar…

Ouvir os relatos poderá inspirar;
Quem quiser ver – que veja, agir que o seja, compreender o que se almeja – amais não o que nos querem impingir  a ser ou comprar – desligara “tv” e ir e ver o mundo pelos olhos de quem quer viver e assim perseverar;
Desde o ponto de vista de ter lá estado e com eles comungado sem cerimónia a pautar;
Por ter estado nos gabinetes e meandros internacionais e ver esse tal “inimigo de frente”
 esse que não tem rosto e se mostra nos resultados finais – alienar, reeducar, substituir, reproduzir em série – seguir e somar – até um mundo de variedade – e profundidade culturais
 – se ter transformado num qualquer espectáculo de danças mundiais, a passar em certas terras – como os circos e os palhaços – passaram tantas vezes e tantas vezes passarão mais…

Podemos mudar – em pequenos lugares, discretos exemplares, que a nação de timor nos pode ensinar ou assim partilhar – podemos perseverar perante esta onda – aparentemente imensa – que é uma Montanha parindo um rato multiplicando por médias e aparatos distribuídos por todo e  qualquer lugar… destinados a nos orientar o olhar, e drenara força da vida que é nossa apara assim poder optar e avançar – não para se condicionar dessa maneira – tão subtil como agressiva e feia;

Podemos…

Obrigado pela atenção



 A vida guia
a vida esguia
Segue a linha
que nos priva
da perspectiva alta

De horizonte
Erguida
Rainha das estrelas

Assim velada
na noite que passada
nessa escondida
a linha mais bela
gravada no céu
em tua vida
Para quem procura
deste templo

A entrada sua saída
Para quem entre e contempla vida
Em plena potencia
Ainda contida esperando
Sustida, aguardando
Da sua nova aparência

Assim sendo
assim prevalecendo

Como luz esguia
Se erguendo
como chama fria
Da noite de luar mais viva
como chama quente
de amor pungente
´como chama amena
que é plena

Quando nada mais tua alma tema
e te envolva
e na nova alva
te proteja
nessa nova roupa
Que se veja
Entre as luzes do dia
ANTES DE QUE O DIA ANOITEÇA

Assim escondida
nas lanternas antigas
das procissões veladas
hoje trazidas…
 em velas
em Mão portadas
Imitações de outras
ainda mais vivas
quando as nossas chamas
Se animam e a noite iluminam

para que todo o mundo
as veja


Hoje se imita o que o coração
desde sempre
grita
desde hoje se agita essa luz forte

Que nos incita a ir mais além
dessa tal “morte”
que não é porta forte
 ilusão gerada
gerida
criada

Para manter-nos
Para manter
essa tal Vida
Afastada

Assim porta ilusória
Fechada
Em cada vida
de nós
aparente
mente
separada

Quando a vida é em nós por ela mesma lacrada
Como semente silente
Neste Inverno sustentada…
esperando a Primavera
(Raios de Aurora Forte)
desde sempre
Em nós
Por nós anunciada

 Lacrada por outros selos assim sustida
Assim mantida em segredo
Em surdina
Assim falada
Entre corredores vazios
por ratos esguios
Assim comentada

e liberta
Além do que foi tido
como a passada acompassada
com compasso de régua
e regra menor marcada


E se lembrem as chamas vivas
Labaredas de novo investidas
De sua própria essência
até agora assim roubada
anulada
éferida
assustada
contida
lacrada

além da sua própria sina
vendida
vilipendiada
insultada
é assim em nós gravada
quando se lembrarem os dormentes

Da noite escura presente
E despertam
para um alumiar
uma luz de luzes iridescentes
entre  a noite inventada a passar

Quando sejam além dos companheiros
Assim entre os seus escudos a rasgar
E se mostrem como rio forte e vivo
A noite inteira Viva e a Se  iluminar

Assim hão de chegar
É reverberar
e luzir
e de novo cantar

tantas sementes
que se atreveram esses
 os de negro
esses paus mandados e secos
de esperança
de ir ou voltar
esses que encadeiam os que chegam
e analisam suas pequenas falhas
segundo sua própria falha a analisar

Os que encadeavam as sementes de vida
Às rotinas que nada têm de vida
que as sementes vinham
aqui concretizar

Os que fizeram disto uma vinha
De uvas a esmagar
Quando o pomar alimentava
Quando a Harmonia
Guiava e assim mostrava

quanto de própria Vida
em nós havia a manifestar

Lembras tu ao evocar o teu Ser
Aquilo que te estou a falar

Além dos meandros
e dos escuros lugares
por onde nos fizeram
tantos e tantos
assim rastejar
e atravessar?

Essas
Estas ás sementes que encadeavam
Essas, estas,  são agora Prestes
debaixo de seus narizes
a  rebentar…

e em Vera Luz
Que os cega
Por nós celebrada
de chama sagrada

mais não profana
ou profanada
Canto em  verdade
a se mostrar

caem os muros da noite
anunciada
quebram-se mil anos de regra pautada

libertam-se as pedras
em pedra encerradas

E ressurgem os cantos vivos
tão belos,  e assim sustidos

Nos peitos de quem ama
Amor fati, Amor Maior

Em mim
Em ti

E indo além da dor
De existir
do controlador
que a fez assim
Que a quês
Só, para si

Quando não tem
Nem força
nem poder

nem tem esse mandato para o ser

A não ser mais um que se ilumine
E que à roda, que gira se reúna
E assuma o ser de luz que também é…

E dispa esse disfarce de negro
Que encomendou a escravos
por medo
duvida
Na ignorância enganados

A harmonia chega à todos
desperta da porta fechada

Deixando-a  de novo aberta
a opção
Está tomada
quem quiser que siga
quem quiser que a deixe
a
abandonada casa que era
 vazia será de novo ocupada…

pelas formas vivas
pelas forças vivas
que a vida
Desde sempre
Tinha para aqui planificadas…



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