Procurar a pomba da inocência – quando – em facto e opção se
perdeu o caminho sem perder o coração – “ver que muito amor te pode matar” – e sentir
que um amigo é quem – depois – to está a contar – muito amor – afinal te eleva –
ainda que não o veja quem assim o tema ou escreva…
Como dares resposta?
A um apelo que vem de dentro – um soneto e um instrumento – como
uma harpa sagrada ase tocar – para uma melodia inaudível tomar forme lugar?
Como fazer para corrigir os erros que trespassas ao ler – a pauta
.- a sinfonia e soneto quando ainda o não aprendeste a ler?
Quem passará por a ti porta sagrada – quando perdeste a
rota, o livreto, a pauta marcada?
Mesmo que o mundo – “nos leve para longe de nós” – há sempre
algo – que sopra desde o Mar – algo que nos eleva e lembra e nos faz de novo
acreditar – como esse tal “Rei” sem coroa, sem lei que se imponha – que esteja
na barca – que quando se atravessa a escura cortina – que abarca o mundo que
cessa – nos abrace, nos ampare – nos lembre os feitos de bravura ou coragem –
ou simples mente nos ame… eis a passagem – para o outro lado do véu – de um que
caindo –a virtude no fim não esqueceu…
Será o amigo, amiga – de verdade levada – que te cante e
encante numa outra prosa demonstre a tua vida e a tua sina – assim de outra
forma viva – por entre linhas reescrita – mais não perdida…
Quem defenderá o estandarte – se o pisaste ou deixaste de
parte?
Quem te reerguerá e trará – desde o frio do gelo de te
deixares – de deixares de crer e perseverar?
Mesmo quando tudo pareça perdido – desfazendo-se num gesto…
algo ou alguém te guarda e te evoca – e te mantém vivo, viva – além do que o Mundo
em ti assim coloca – fama, riqueza, estatuto ou poder – amor maior para além do
próprio Ser – e regressando, num cântico te evocando – cantado, entoado – entre
as linhas da vida entrelaçado – serás de novo içado – erguido – renascido –
retemperado – como uma espada quebrada de aço esquecido, como um barco perdido –
de entre o nevoeiro regressado, como um ser de novo nascido – em novo parto
assistido – pela Vida mesma a te amparar…
Qual o rei o rainha- que em teu peito aninha – e noutro
rosto se possa assim mostrar – e te levando no colo – assim trespassando o frio
e o gelo do ódio, da ignorância do desprezo e na grande sala do apreço eterno
te entregar…
Sem maior preço a pagar do que o amor que te tem ou a ti ou
a quem assim se soube doar?
Algo ou alguém te vai sustentar – algo ou alguém tua vida
cantar – evocando, em silencio – dançando – como panos brancos se agitando,
como um abarca que avança em direcção ao poente e se reacende como pira vivente…
algo que é tão presente – desde o tempo ausente até ao mais longe do ser –
desde as gentes que agitavam seus ramos… como braços latentes quando se
despedem os anos… desde as gentes que incendiavam – estrelas de luz e no mar as
evocavam, desde os que assim cantavam – em glória – a triste e viva memória –
dos que partiam e seguiam – para além da sua própria história… quem cantará
hoje tua melodia, quem te fará além da chama fria, quem abrirá aporta
esguia - quando mais não saibas de ti –
e diga bem alto o nome que assim eu também esqueci?... esse Ser estará a teu
lado, outros em de redor sendo e manifestando – hoje alguns – amanhã quem sabe –
quem te trará de volta da Eterna Saudade?...
Quem te alumbrará – quem renovará tua alma e em força te
ajudará-?...
E assim serás vivo – em ti – em mim – e em quem siga o que
lhe digo – que o amor salva – que a coragem nos eleva a alma e a preenche dos
sonhos que se lhe fugiam pela brecha assim aberta – num flanco a descoberta .-
quando a lançada incerta – nos perfurou – seja por traição ou outra devoção que
não o amor que nos gerou…
Quem cantará com tua voz.. como se fosse voz de todos nós?
Quando
não estejas quem te protegerá – quem fará as elegias daquilo que és e ainda
serás?... quem cantara tua vida como mais ninguém saberá cantar – quem pegará
nas finas letras entrelaçadas que nunca viste no teu suave e lento passar? Quem
virá detrás para te apoiar – quando tantos outros nem te viram nem te
conseguiram achar… quem erguera além barreiras – as metas que te eram assim tão
prezadas e primeiras – mesmo quando as deixaste através de ti passar… e quem
evocará esse momento – no que dizes – da saudade desse tal – nosso lugar –
entrelaçado na melodia de vida que te foi dada a viver e amar?...
Entre tantos recantos onde se perder ou encontrar – quem te
vai – por dentro – de novo tocar… e mesmo – em pensamento e sentimento – de novo
assim trazer de volta… e devagar – sem querer – chorar ou ver – existindo sendo
dois rindo – numa mesma melodia de novo se entrelaçar…?...
Amizade para além do que se possa falar – cântico silente
além do que se possa contar – uma vida – a de muita gente – tanta gente para
cantar e lembrar…
Aqui fica o apelo,
poema frio e belo
de tua re(…) ao vê-lo
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