segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Juventude... lodo ou opção

Aos jovens dos nossos tempos:

Que se passa com a atitude marcial quando proposta aos nossos jovens?

Há "sombras" geradas pelos precedentes que ainda podem ser limpas e dissolvidas com o antergo e único bem fazer...

O primeiro é deixar a ideia de "satisfação de necessidade" no imediato - o dito"leve agora - pague depois": o engano do CONSUMO totalmente de fora deste humilde e digno caminho a viver...

Este é caminho de muitas repetições, de pequena achegas e alguns trambolhões... de se interagir muitas vezes consigo mesmo - de reconhecer a RESISTÊNCIA INTERNA (verdadeiro oponente) que nos entrava e desvia a passagem e todos aqueles que com essa resistência pretendem pactuar...

E confiar no que nos anima por dentro e naqueles que no mesmo sentido pretendem andar… em ir – em cada dia – um passo mais longe…e perseverar... e vencer ou cair... e com a força do Tigre interno - regressar - erguer... e voltar a caminhar... após cada queda mais firme e maior o sentido de perseverar...

É caminho de harmonia - simples, concreta, definida - em cada desafio aceite: para consigo ou com o companheiro escolhido – algo vivido, experienciado... com o máximo de si sentido e com o companheiro aprofundado...

A figura do companheiro – num mundo de amizades diáfanas e tempos distribuídos pelos mil amigos do “facemil”- torna-se devoção constante, atenção vibrante para o sentido de si e do outro – com firmeza e sem manhas menores – FORTALEZA e CARÁCTER que se forjam no CÍRCULO de IRMÃOS…

eu SER LIVRE me ergo, no companheiro me reconheço: de entre o lodo do lago ou a cinza da fogueira que me pretendiam alienar...então com o companheiro sei que estou VERDADEIRAMENTE  par - em par;

Pouco sobra desta disciplina, desta forma de vida e viver – na que cada momento é um desafio, cada instante um algo vivo que implica todo o meu ser e saber: um combate no que faço purificar os elementos internos que necessito refinar…

Não apenas nas 80 horas do meu jogo virtual, nas que travei guerras coloridas num ecrã de vidro, teflon ou cristal… bola mágica dos tempos que correm nos que os humanos se dissolvem de estar conscientes do seu papel primordial – vida é presença… e presença é vivência humana TOTAL:

No suor, no aguentar - no manter a linha e o círculo e assim mesmo permanecer a treinar: cada dia - um degrau mais alto; e se uma queda nos atinge - há mais braços para te erguer e que regresses aonde sabes pertencer... de entrar em sintonia com o companheiro... de voltar a dançar… aquela dança de força interior que mostra ao praticante digno a forma do seu elemento motivador e a força da sua vontade como transformador…

Já não tanto por saber o teu nome, onde moras, que grupos "curtes" ou quantas moças namoras... não tanto pela magia “Potteresca” de misturar alhos com bugalhos e esperar que nomeio desta confusão uma nova espécie apareça que possa ser tão simples e em beleza como aqueles que se reconhecem por ser o que são…

Lugar de privilégio – onde tantas vezes se revela o centro daquilo que os jovens são que – lenta e serenamente – vão sendo criados vínculos que permanecem, laços que durarão… e uma forte certeza de estar com sigo mesmo em coesão… pelo simples, antergo, e sólido caminho de dar de si o máximo para se consciencializar o máximo sobre o grande desconhecido que habita o ser que no espelho se revê...

Como o fogo lento que prepara uma boa refeição, como o tempo e disponibilidade para o efeito chegamos lá.

Sempre que saibamos que É ESSE O CAMINHO ESCOLHIDO E AQUELE QUE QUEREMOS SEGUIR - no meio de tantas ofertas, neste "shopping" de possibilidades" torna-se complexa uma escolha baseada em valores e verdades que vêm de trás - de família, de tradição, o chão que se ama – ecos milenares para se viver com paixão:

aprender a amar com que ama e aprender a sentir não porque tudo diz que é profissão"com saída" ou  que é caminho de aspiração a estatuto de privilégio, reconhecimento e remuneração...

O praticante assume uma relação de PRIVILÉGIO para CONSIGO MESMO - no sentido de refinamento diário com aquilo a que se comprometeu;

O sentir que - em cada dia - sobe mais um degrau em direcção ao cimo da montanha e - se cair - não há ego nem orgulho que possam quebrar um ser enraizado num solo firme de onde se levantar...

É aquele que se ergue - com passo firme e apoiado: nos seus valores, na sua determinação - sua FORTALEZA – e erguendo-se ergue também os que estão do seu lado e os do lado erguem os que estão derredor…

Nos tempos modernos realizamos "multitarefas"... somos seres mutilados - de "multitask" rotulados: numa linguagem que se nos vem impondo desde longa data e que - actualmente - é o novo latinório ou língua franca para o mundo livre sempre sonhado e nunca concretizado... porque será?...

Estas multitarefas nasceram algures com a televisão - imagens nunca fixas alternando de 5 em 5 segundos: lentamente modelando a forma como encaramos a vida e as pessoas como uma simples ilusão, um aceno, uma palavra – nada de compromisso, profundidade ou entrega a uma relação...

Humanos de superfície, encontros de ocasião – mentes rápidas para encontrar pontos técnicos e incapazes de agir no sentido do coração;

Daqui a que o processo acelera-se e a mente colocasse em turbilhão , não passou muito tempo – uma geração;

Hoje é quase impossível gerar vínculos mais fortes dos que os pautados pelo tempo secular – pelo ritmo dos ponteiros de um relógio criado para libertar… tirano das horas mortas – vividas sem essência a cultivar…

Depois vieram os PCs, os jogos de computador (para graúdos e pikenos por igual) e milhentos programas que devemos aprender a dominar em espaço de tempo afim às campanhas de marqueting continuas que - como vagas - não permitem que o aprendiz aprenda realmente a nadar ou navegar entre tanta onde alta que lhe esmague o barco... mentes rápidas, cortex sobrecarregado para a EXPERIÊNCIA VITAL TOTAL DE SE SER E SENTIR HUMANO...

Copinhos cheios de palavras… como nozes plenas de cascas para tão pouco que comer… cérebros encurrichados – sabichões especialistas em todo o lado – de cultura geral cheios para despejar nos concursos da televisão… ainda que em casa: como em todo o lado – não haja tempo para dizer olá, dar o abraço, sentir a mão: de um pai, uma mãe… muito menos uma avó, um avô ou um par de irmãos…

Exigências dos tempos modernos que vão para além daquilo que é o orçamento geral familiar – que – calculado por bixos sedentos de ascender em carreiras  e cujo sangue é o cifrão – se esquecem que um salário mínimo serve para uma família delineada num qualquer livro canónico que mande a portuguesa parir uma vez tal como é média nos países que nos ditam como devemos”foder, comer, dormir, parir” e enfim… morrer em cada segundo que vivemos neste palheiro no que não temos mão...

Por um lado pregam que o ser humano é em grupo, que a sua sobrevivência depende do toque, do carinho e da atenção que dá e recebe e – depois – torce-se bico ao prego – exige-se maior tempo de trabalho, maior esmero – por causa da tal avaliação; maior sacrifício ao bolso – pela crise que já dura à um “culhão” e que nos vai levar o outro até que já não haja quem fale grosso naquilo que outrora fora “Nação”; e um maior estudo por todo o lado – até que – tão estudado, oputo que antes subia às ameixas nop Verão ansiado – nem saiba que raio compra num Inverno dentro do Continente que lhe dá tudo na mão;

E que trabalhe ela, ele e quem sabe o rapaz ou rapariga aos feriados na loja, no shopping onde seja que haja que esticar o pão, ou se não que façam como nos fizeram tantas vezes os Romanos – exportem os jovens para ser educados Romanos (não patrícios – atenção – apenas plebe que pensa em latinório e que NUNCA mais defenderá a sua NAÇÃO)…

Depois vem a propaganda do sistema  que ainda inventa que o herói é o que faz – SÓZINHO e a PELO – a carreira universitária, trabalhando na hamburguesaria ao fim de semana (a Mc deve fornecer tostão aos Holliwoodos) e ninguém fala da família, do factor emocional de protecção nem daquele povo (povinho) que se lhe quisessem tirar um filho – fazia manguito, mandava o gajo pró CRLH e o punha a ele a esfregar chão…

Mas as culturas da Amérdia inventaram novos termos e – isolando o ser humano – fizeram dele um cão. Assim sendo, sorriso nos lábios e cantando um “OOOOOOOM” inventado de terras exóticas, com conteúdos anedóticos que substituem os Valium da outra geração – anda o tal cãozinho amestrado e sem direito a objecção:
Vai para onde o mandam, come qualquer merda, senta quando é preciso e ainda rebola no chão à espera de um bónus de produtividade ou de qualquer osso para levar pra casa e dar de comer à sopa dos que não têm pão…

E os jovens – vendo e sentindo tudo isto – OH ESPERANÇA  DE PORTUGAL – vão-se sumindo pelos buracos abertos pela Tal CEE que afinal faz trocas humanas como se tal: no antergo era compra de gado humano e tinha nome garrafal, hoje mudaram-se os tempos e chama-se intercâmbio cultural…

Escolásticas que - cada vez mais cedo - exigem o todo do aluno - abrindo seu ser por inteiro, por social decreto e por paternal apoio imposto - para que seja sobrecarregado o cérebro com informação que - ao fim de 18-24 anos de estudo - ficará colada nas paredes do esquecimento...

Os alunos aprendem a "decorar" coisas para exames sem nunca aprender a AMAR a chama de verdade que lhes está a ser transmitida - fruto das gerações que acumularam um tesouro para que eles - hoje - -pudessem ver mais, viver melhor e partilhar com outros um mundo mais justo e salutar...

Temos mentes sobrecarregadas, horários marcados a “briefing” e “task” e pouco já resta do nosso amado Minho ou do nosso Portugal Milenar… onde as raízes de um povo quando os seus líderes o obrigam – dia a dia – a capitular?

O curioso é que – da china – comemos tudo… a sua cultura TRADICIONAL – bebemos a medicina, o tai-chi e o chi-kung integral…

Era boa ideia levar Vilar de Perdizes até Beijing e lá plantar – um centro de terapias para ver se eles querem mesmo intercâmbio cultural. Se o Sr. Pe os evangeliza e deixam de ser vermelhos – temos troca de folclores e podemos todos na roda dançar… imaginaram? “Virou”! manda o tuga… e o amigo chino e bem feito amaricano viram em sintonia cordial… pois estamos num mundo de boa vontade e à vontade tudo ri do nosso querido Portugal….

Meditando um pouco mais…

Onde verdadeiras mulheres que não as das pastinhas executivas e roupas de marca, onde verdadeiros homens que não os das palavrinhas mansas e atitudes escolásticas?...

Quais os projectos PRÓPRIOS de estereótipo a seguir?

De onde os modelos inventados entre Holliwood e o Económico mercado que faz das pessoas bens a adquirir?

Qual CEE que marque uma cultura e uma forma de estar – qual o decreto que impugne o sangue que pelas minhas veias está a passar?

 E a herança que me deixaram os egrégios que é bem presente e é milenar?...

Assim, vejo mentes rápidas, ansiosas de saber... quantos e quantos ficam atrás no primeiro gesto: lavar chão, ordenar a sala, trazer uma flor para decorar o espaço, compreender o que implica o saúdo inicial ou cada um dos cinco saúdos que marcam "kairoi" - tempos providenciais, dentro do tempo "comum" - Chronos - que estamos tão impingidos a viver?...

Como transmitir - em aulas bizarras que se acurtam e se amoldam às aulas das escolas - nas que não há uma verdadeira troca de experiências prévia – na que professor e aluno deixam entrever suas vontades e anseios e os aprimoram para o tempo de excelência que se preparam a vivenciar?

Onde  um verdadeiro aquecimento, um verdadeiro elevar de funções vitais até ao praticante relembrar o potencial que mantém dormente e que - por isso - se compromete a despertar em cada aula, sabendo que sairá um pouco mais desperto, um pouco mais livre, um pouco mais seguro e senhor de si - no último saúdo da aula?

Como Partilhar, viver - no espaço de cinquenta minutos - um conteúdo pragmático, real: que seja VIVENCIADO pelo praticante - logo VERDADEIRAMENTE ADQUIRIDO - e não apenas compreendido, decorado ou transcrito desde um código de informação próprio do professor para o código próprio do aluno se TEMPO - em artes Marciais E NA VIDA - é uma medida de QUALIDADE?

Não importa tanto o tempo que estiveram a repetir a mesma coisa - importa mais o TEMPO PROVIDENCIAL (KAIROS) no que puderam entrar - ainda que sejam 30 sec de aula - e que seja este o marco referencial na consciência do praticante para o próximo passo a dar:

A PARTIR DESTE MARCO ANTERIOR - atingido por mérito do seu próprio esforço e devoção - Kung-fu: mestria pelo mérito/ esforço sendo assim BEM FEITO.

Quem pretende - actualmente - desenvolver esforço para atingir um objectivo?

Quem define objectivos mais do que aqueles na Horizontal?
Fama, estatuto, Posses, poder, bens ou pseudo-segurança material ?...

Quem crê que há muito mais a descobrir num simples aceno de mão e que a ciência corrobora coisas que a mente desperta sabe ao se vincular ao princípio da razão?;

Na nossa sala alguém pinta - de forma gratuita - um Tigre e um Dragão...

Um animal que representa a firmeza, a determinação, a força interior e o CARÁCTER: um animal Real - que aponta ao alto, que aspira, que se desenvolve e luta - sim luta (palavra quase apagada dos compêndios desta nova "era" de palavrinhas mansas e chás das tias - onde o ser humano parece despido de esqueleto pelo simples facto de ser duro, rude e feio - sem noção de que é esta a matriz de suporte que alicerça o mais sublime dos gestos – o abraço, o aperto de mão, o segurar um filho ao colo, o levantar um ser humano do chão… ou uma nação)...

Do outro lado... em cima: um Dragão; velado entre nuvens... oculto... ansiado

Animal mitológico símbolo de muito no ocidente e no oriente...

Sabedoria (a essência final de opções plenas), poder de mudança (fogo interior)...

Um a força do aspirante, a determinação do practicante, outro os objectivos... o cume da montanha.... uma tensão complementar nunca completa... por isso o Kung-fu é Eterno e por isso o seu caminho é CAMINHO DE VIDA...

Como tornar isto transmissível num mundo no que somos convidados de alternar de trabalho, local de residência, relação afectiva em cada pequeno ciclo de produção?

No que o simples parece igual a fácil quando a simplicidade é a força e abeleza de um lírio do campo na palma da mão ou um simples pássaro que canta livre de trejeitos que o façam ser outro mais do que o que está gerado para ser…

Como ajudar a compreender que travamos uma guerra - real - contra o desenraizamento, a alienação, a transformação de seres humanos em fantoches debaixo da paseudo-bandeira da libertação e que esta, traz - em sí - o dinheiro negro de guerras pagas a preço de sangue, de revoluções industriais que alimentaram grandes guerras e da reestruturação dos padrões mais óbvios acerca do que é ser Homem ou Mulher e dos conceitos mais simples - como "nado" e "nação"...

Como parar esta força de sombra - que avança e desenraíza – oferecendo em troca -  como a um certo pinóquio - uma montanha de doces até que as orelhas de burro se acresciam ao nariz de pau que crescia em cada mentira de ocasião?...

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