quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Sobre tempestades, avalanches e muros bem centrados - paredes de vontades firmes na honra dos antepassados

Quando uma força - aparentemente colossal - vem em nossa direcção... sente:

De onde vem a imagem de uma tal avalanche, de um tal poderio... de um tal medo ou receio que te façam ver o que não existe?

Quando o frio te gela a vontade e o desespero obscurece a verdade do teu olhar sereno... pensa:

A força do gigante que vês é a tua própria força roubada... o temor que sentes... aquilo que pretendem convencer-te como não sendo teu - é apenas o teu próprio poder deslocado de uma pedra firme onde afundar o teu barco nesta tempestade mental...

Assim - pisa seguro... e - se não recordas o porquê de lutar - evoca os pilares que te elevam e que te fizeram levantar...

De entre as bestas e animais ferozes e de entre toda a selva inventada por escravos e algozes...

Evoca o princípio de justiça, tua fundação forte, tempera teu ânimo para que persevere e com prudência gere o teu alento até que o gigante tombe...

Sem arredar pé - invoca o quinto elemento e a sua verdade... presente: confia na voz que em ti nunca dorme...

E uma vez dentro do seu círculo perfeito, enquadra o teu golpe como gesto firme, decidido - opção centrada de quem olha o inimigo com peito aberto... em liberdade...

E verás que o turbilhão descamba contra uma parede imóvel... e que a avalanche se torna chuva em Primavera perante o fogo que a consome... e saberás finalmente quem era o que confrontavas: não a pessoa em frente, a situação presente ou as imagens perdidas dos teus fantasmas...

Verás essa resistência velada, tensão latente de quem ama - e, perseverando - se compromete: dia a dia, degrau a degrau - a subir a eterna escada...

Pelos que se mantêm firmes no seu posto de combate, por todos os que que não desanimam com pesar e por aqueles - estando velados - que mantém o nosso barco a vogar...

Honra ao Homem do Leme

terça-feira, 6 de novembro de 2012

VERITAS

O PLENO ESTÁ NO POUCO...

A pouco - passo... a passo:

Com coerência e pristina verdade no compromisso do caminho escolhido para caminhar;

Passo a passo - pouco a pouco - seguindo as linhas directrizes... os passos traçados - por outros deixados - em pistas e imagens que deverás por ti mesmo vivenciar... caminhamos - para o topo da montanha - no nosso lento e aparentemente penoso vagar...

Subimos montes - de resiliência interior - nos que cada passo enquadra a entrada do SER MAIOR e a promessa do refinamento do Tigre para que se entenda com o Dragão...

Percorremos estradas... por milénios tramitadas... com pilares de dura e eterna serviz: bases - que como practicantes - procuramos deixar gravadas neste ser que - passo a passo, determinado na sua devoção - pratica a disciplina para ver desde a montanha um outro ser... um mundo melhor em si e em seu redor...

Descobrimos perspectivas e formas devidas - e praticamos o TAO: o imutável caminho que conduz sem desalinho ao cimo do monte - nosso destino... objectivo traçado pela livre vontade do que encontra a verdade no livro que traz vestido;

Sereno... ecoando com a terra que se move em pranto no seu rasgar milenar...

Temperado... como um gesto -  em palma aberta e punho fechado;

Forte... na coragem de assumir linhas que hoje aparecem esvaídas... totalmente despidas de graça, fama ou razão: num mundo que afunda por falta de coerência, de raízes, de valores e tradição...

Alerta... princípio de equanimidade na palma da mão... observar com olhar interior - o passo dado e a atitude melhor...- sempre firme e aprimorada com pristina consciência de quem quer se refinar...
Acima de tudo - a verdade... elemento simples e singelo - em todo e qualquer practicante gravado: não sejam os quatro pilares que orientam o caminho como flechas douradas nos cruzamentos da vida que escolhemos... e essa a bússola insondável - em pleno gravada no humano livre - o fundamento mais fiel da nossa vida de artista Marcial...

VERITAS

domingo, 4 de novembro de 2012

Poema Marcial

Lento... sereno: é a cadência de quem caminha o trilho marcial...

Pouco a pouco... no segredo... algo revela o que é essencial...

Persevera... com esmero: o caminho é verdadeiro para o que caminha em verdade na sua prática regular

Intenso... sincero - é a entrega de quem dá passos para que outros possam também passar...

Uma particular forma de disciplina... ou uma genérica linha por onde poder ondular...

olhos no céu... pé decidido - a firmeza da tua posição marca o fluir sublime de um saber ancestral;

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Evocando os Egrégios

Um certo imperador viu um dia - na carapaça de uma tartaruga - a representação do mundo conhecido e por conhecer...

Compreendendo que as ditas cujas, como seu sereno e determinado bolir, levam o caminhante errante atrás de um caminho lento - que invoca a seriedade do compromisso de quem caminha, a verdade da entrega a caminhar e a prática diária e perseverante no sentido de se refinar: ganhar consciência de si... e quem sabe "iluminar" - então a tartaruga poderia bem ser o ícone dos peregrinos desta via - "Do" ou Caminho que - cada um com cores garridas e maneirismos próprios de cada clã - lá vai percorrendo dia a dia em busca do tão ansiado centro... do topo da montanha... da visão de completude que permita entrever o caminho percorrido - com suas pausas e desvios e seus momentos de coragem - no sentido de ser um mais dos escolhidos que possam depois descer ao vale e falar do que se vê lá do alto...

Companheiros que se solidificam de forma serena... gradual... firme... coerente e - ao mesmo tempo - amena: cada um com o seu próprio pulsar, a sua própria forma de caminhar e todos baixo os preceitos da mesma casa, do mesmo espaço de privilégio que nos motiva a regressar - em cada dia que passa - e, no fim, sair um  degrau mais acima na eterna escada da vida...

Saúdo marcial, a todos os que com sincera devoção, com total entrega e firme determinação - deram e dão a vida para que possamos usufruir do conhecimento fiel ao que nos adscrevemos em cada momento de prática.

Saúdo!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Juventude... lodo ou opção

Aos jovens dos nossos tempos:

Que se passa com a atitude marcial quando proposta aos nossos jovens?

Há "sombras" geradas pelos precedentes que ainda podem ser limpas e dissolvidas com o antergo e único bem fazer...

O primeiro é deixar a ideia de "satisfação de necessidade" no imediato - o dito"leve agora - pague depois": o engano do CONSUMO totalmente de fora deste humilde e digno caminho a viver...

Este é caminho de muitas repetições, de pequena achegas e alguns trambolhões... de se interagir muitas vezes consigo mesmo - de reconhecer a RESISTÊNCIA INTERNA (verdadeiro oponente) que nos entrava e desvia a passagem e todos aqueles que com essa resistência pretendem pactuar...

E confiar no que nos anima por dentro e naqueles que no mesmo sentido pretendem andar… em ir – em cada dia – um passo mais longe…e perseverar... e vencer ou cair... e com a força do Tigre interno - regressar - erguer... e voltar a caminhar... após cada queda mais firme e maior o sentido de perseverar...

É caminho de harmonia - simples, concreta, definida - em cada desafio aceite: para consigo ou com o companheiro escolhido – algo vivido, experienciado... com o máximo de si sentido e com o companheiro aprofundado...

A figura do companheiro – num mundo de amizades diáfanas e tempos distribuídos pelos mil amigos do “facemil”- torna-se devoção constante, atenção vibrante para o sentido de si e do outro – com firmeza e sem manhas menores – FORTALEZA e CARÁCTER que se forjam no CÍRCULO de IRMÃOS…

eu SER LIVRE me ergo, no companheiro me reconheço: de entre o lodo do lago ou a cinza da fogueira que me pretendiam alienar...então com o companheiro sei que estou VERDADEIRAMENTE  par - em par;

Pouco sobra desta disciplina, desta forma de vida e viver – na que cada momento é um desafio, cada instante um algo vivo que implica todo o meu ser e saber: um combate no que faço purificar os elementos internos que necessito refinar…

Não apenas nas 80 horas do meu jogo virtual, nas que travei guerras coloridas num ecrã de vidro, teflon ou cristal… bola mágica dos tempos que correm nos que os humanos se dissolvem de estar conscientes do seu papel primordial – vida é presença… e presença é vivência humana TOTAL:

No suor, no aguentar - no manter a linha e o círculo e assim mesmo permanecer a treinar: cada dia - um degrau mais alto; e se uma queda nos atinge - há mais braços para te erguer e que regresses aonde sabes pertencer... de entrar em sintonia com o companheiro... de voltar a dançar… aquela dança de força interior que mostra ao praticante digno a forma do seu elemento motivador e a força da sua vontade como transformador…

Já não tanto por saber o teu nome, onde moras, que grupos "curtes" ou quantas moças namoras... não tanto pela magia “Potteresca” de misturar alhos com bugalhos e esperar que nomeio desta confusão uma nova espécie apareça que possa ser tão simples e em beleza como aqueles que se reconhecem por ser o que são…

Lugar de privilégio – onde tantas vezes se revela o centro daquilo que os jovens são que – lenta e serenamente – vão sendo criados vínculos que permanecem, laços que durarão… e uma forte certeza de estar com sigo mesmo em coesão… pelo simples, antergo, e sólido caminho de dar de si o máximo para se consciencializar o máximo sobre o grande desconhecido que habita o ser que no espelho se revê...

Como o fogo lento que prepara uma boa refeição, como o tempo e disponibilidade para o efeito chegamos lá.

Sempre que saibamos que É ESSE O CAMINHO ESCOLHIDO E AQUELE QUE QUEREMOS SEGUIR - no meio de tantas ofertas, neste "shopping" de possibilidades" torna-se complexa uma escolha baseada em valores e verdades que vêm de trás - de família, de tradição, o chão que se ama – ecos milenares para se viver com paixão:

aprender a amar com que ama e aprender a sentir não porque tudo diz que é profissão"com saída" ou  que é caminho de aspiração a estatuto de privilégio, reconhecimento e remuneração...

O praticante assume uma relação de PRIVILÉGIO para CONSIGO MESMO - no sentido de refinamento diário com aquilo a que se comprometeu;

O sentir que - em cada dia - sobe mais um degrau em direcção ao cimo da montanha e - se cair - não há ego nem orgulho que possam quebrar um ser enraizado num solo firme de onde se levantar...

É aquele que se ergue - com passo firme e apoiado: nos seus valores, na sua determinação - sua FORTALEZA – e erguendo-se ergue também os que estão do seu lado e os do lado erguem os que estão derredor…

Nos tempos modernos realizamos "multitarefas"... somos seres mutilados - de "multitask" rotulados: numa linguagem que se nos vem impondo desde longa data e que - actualmente - é o novo latinório ou língua franca para o mundo livre sempre sonhado e nunca concretizado... porque será?...

Estas multitarefas nasceram algures com a televisão - imagens nunca fixas alternando de 5 em 5 segundos: lentamente modelando a forma como encaramos a vida e as pessoas como uma simples ilusão, um aceno, uma palavra – nada de compromisso, profundidade ou entrega a uma relação...

Humanos de superfície, encontros de ocasião – mentes rápidas para encontrar pontos técnicos e incapazes de agir no sentido do coração;

Daqui a que o processo acelera-se e a mente colocasse em turbilhão , não passou muito tempo – uma geração;

Hoje é quase impossível gerar vínculos mais fortes dos que os pautados pelo tempo secular – pelo ritmo dos ponteiros de um relógio criado para libertar… tirano das horas mortas – vividas sem essência a cultivar…

Depois vieram os PCs, os jogos de computador (para graúdos e pikenos por igual) e milhentos programas que devemos aprender a dominar em espaço de tempo afim às campanhas de marqueting continuas que - como vagas - não permitem que o aprendiz aprenda realmente a nadar ou navegar entre tanta onde alta que lhe esmague o barco... mentes rápidas, cortex sobrecarregado para a EXPERIÊNCIA VITAL TOTAL DE SE SER E SENTIR HUMANO...

Copinhos cheios de palavras… como nozes plenas de cascas para tão pouco que comer… cérebros encurrichados – sabichões especialistas em todo o lado – de cultura geral cheios para despejar nos concursos da televisão… ainda que em casa: como em todo o lado – não haja tempo para dizer olá, dar o abraço, sentir a mão: de um pai, uma mãe… muito menos uma avó, um avô ou um par de irmãos…

Exigências dos tempos modernos que vão para além daquilo que é o orçamento geral familiar – que – calculado por bixos sedentos de ascender em carreiras  e cujo sangue é o cifrão – se esquecem que um salário mínimo serve para uma família delineada num qualquer livro canónico que mande a portuguesa parir uma vez tal como é média nos países que nos ditam como devemos”foder, comer, dormir, parir” e enfim… morrer em cada segundo que vivemos neste palheiro no que não temos mão...

Por um lado pregam que o ser humano é em grupo, que a sua sobrevivência depende do toque, do carinho e da atenção que dá e recebe e – depois – torce-se bico ao prego – exige-se maior tempo de trabalho, maior esmero – por causa da tal avaliação; maior sacrifício ao bolso – pela crise que já dura à um “culhão” e que nos vai levar o outro até que já não haja quem fale grosso naquilo que outrora fora “Nação”; e um maior estudo por todo o lado – até que – tão estudado, oputo que antes subia às ameixas nop Verão ansiado – nem saiba que raio compra num Inverno dentro do Continente que lhe dá tudo na mão;

E que trabalhe ela, ele e quem sabe o rapaz ou rapariga aos feriados na loja, no shopping onde seja que haja que esticar o pão, ou se não que façam como nos fizeram tantas vezes os Romanos – exportem os jovens para ser educados Romanos (não patrícios – atenção – apenas plebe que pensa em latinório e que NUNCA mais defenderá a sua NAÇÃO)…

Depois vem a propaganda do sistema  que ainda inventa que o herói é o que faz – SÓZINHO e a PELO – a carreira universitária, trabalhando na hamburguesaria ao fim de semana (a Mc deve fornecer tostão aos Holliwoodos) e ninguém fala da família, do factor emocional de protecção nem daquele povo (povinho) que se lhe quisessem tirar um filho – fazia manguito, mandava o gajo pró CRLH e o punha a ele a esfregar chão…

Mas as culturas da Amérdia inventaram novos termos e – isolando o ser humano – fizeram dele um cão. Assim sendo, sorriso nos lábios e cantando um “OOOOOOOM” inventado de terras exóticas, com conteúdos anedóticos que substituem os Valium da outra geração – anda o tal cãozinho amestrado e sem direito a objecção:
Vai para onde o mandam, come qualquer merda, senta quando é preciso e ainda rebola no chão à espera de um bónus de produtividade ou de qualquer osso para levar pra casa e dar de comer à sopa dos que não têm pão…

E os jovens – vendo e sentindo tudo isto – OH ESPERANÇA  DE PORTUGAL – vão-se sumindo pelos buracos abertos pela Tal CEE que afinal faz trocas humanas como se tal: no antergo era compra de gado humano e tinha nome garrafal, hoje mudaram-se os tempos e chama-se intercâmbio cultural…

Escolásticas que - cada vez mais cedo - exigem o todo do aluno - abrindo seu ser por inteiro, por social decreto e por paternal apoio imposto - para que seja sobrecarregado o cérebro com informação que - ao fim de 18-24 anos de estudo - ficará colada nas paredes do esquecimento...

Os alunos aprendem a "decorar" coisas para exames sem nunca aprender a AMAR a chama de verdade que lhes está a ser transmitida - fruto das gerações que acumularam um tesouro para que eles - hoje - -pudessem ver mais, viver melhor e partilhar com outros um mundo mais justo e salutar...

Temos mentes sobrecarregadas, horários marcados a “briefing” e “task” e pouco já resta do nosso amado Minho ou do nosso Portugal Milenar… onde as raízes de um povo quando os seus líderes o obrigam – dia a dia – a capitular?

O curioso é que – da china – comemos tudo… a sua cultura TRADICIONAL – bebemos a medicina, o tai-chi e o chi-kung integral…

Era boa ideia levar Vilar de Perdizes até Beijing e lá plantar – um centro de terapias para ver se eles querem mesmo intercâmbio cultural. Se o Sr. Pe os evangeliza e deixam de ser vermelhos – temos troca de folclores e podemos todos na roda dançar… imaginaram? “Virou”! manda o tuga… e o amigo chino e bem feito amaricano viram em sintonia cordial… pois estamos num mundo de boa vontade e à vontade tudo ri do nosso querido Portugal….

Meditando um pouco mais…

Onde verdadeiras mulheres que não as das pastinhas executivas e roupas de marca, onde verdadeiros homens que não os das palavrinhas mansas e atitudes escolásticas?...

Quais os projectos PRÓPRIOS de estereótipo a seguir?

De onde os modelos inventados entre Holliwood e o Económico mercado que faz das pessoas bens a adquirir?

Qual CEE que marque uma cultura e uma forma de estar – qual o decreto que impugne o sangue que pelas minhas veias está a passar?

 E a herança que me deixaram os egrégios que é bem presente e é milenar?...

Assim, vejo mentes rápidas, ansiosas de saber... quantos e quantos ficam atrás no primeiro gesto: lavar chão, ordenar a sala, trazer uma flor para decorar o espaço, compreender o que implica o saúdo inicial ou cada um dos cinco saúdos que marcam "kairoi" - tempos providenciais, dentro do tempo "comum" - Chronos - que estamos tão impingidos a viver?...

Como transmitir - em aulas bizarras que se acurtam e se amoldam às aulas das escolas - nas que não há uma verdadeira troca de experiências prévia – na que professor e aluno deixam entrever suas vontades e anseios e os aprimoram para o tempo de excelência que se preparam a vivenciar?

Onde  um verdadeiro aquecimento, um verdadeiro elevar de funções vitais até ao praticante relembrar o potencial que mantém dormente e que - por isso - se compromete a despertar em cada aula, sabendo que sairá um pouco mais desperto, um pouco mais livre, um pouco mais seguro e senhor de si - no último saúdo da aula?

Como Partilhar, viver - no espaço de cinquenta minutos - um conteúdo pragmático, real: que seja VIVENCIADO pelo praticante - logo VERDADEIRAMENTE ADQUIRIDO - e não apenas compreendido, decorado ou transcrito desde um código de informação próprio do professor para o código próprio do aluno se TEMPO - em artes Marciais E NA VIDA - é uma medida de QUALIDADE?

Não importa tanto o tempo que estiveram a repetir a mesma coisa - importa mais o TEMPO PROVIDENCIAL (KAIROS) no que puderam entrar - ainda que sejam 30 sec de aula - e que seja este o marco referencial na consciência do praticante para o próximo passo a dar:

A PARTIR DESTE MARCO ANTERIOR - atingido por mérito do seu próprio esforço e devoção - Kung-fu: mestria pelo mérito/ esforço sendo assim BEM FEITO.

Quem pretende - actualmente - desenvolver esforço para atingir um objectivo?

Quem define objectivos mais do que aqueles na Horizontal?
Fama, estatuto, Posses, poder, bens ou pseudo-segurança material ?...

Quem crê que há muito mais a descobrir num simples aceno de mão e que a ciência corrobora coisas que a mente desperta sabe ao se vincular ao princípio da razão?;

Na nossa sala alguém pinta - de forma gratuita - um Tigre e um Dragão...

Um animal que representa a firmeza, a determinação, a força interior e o CARÁCTER: um animal Real - que aponta ao alto, que aspira, que se desenvolve e luta - sim luta (palavra quase apagada dos compêndios desta nova "era" de palavrinhas mansas e chás das tias - onde o ser humano parece despido de esqueleto pelo simples facto de ser duro, rude e feio - sem noção de que é esta a matriz de suporte que alicerça o mais sublime dos gestos – o abraço, o aperto de mão, o segurar um filho ao colo, o levantar um ser humano do chão… ou uma nação)...

Do outro lado... em cima: um Dragão; velado entre nuvens... oculto... ansiado

Animal mitológico símbolo de muito no ocidente e no oriente...

Sabedoria (a essência final de opções plenas), poder de mudança (fogo interior)...

Um a força do aspirante, a determinação do practicante, outro os objectivos... o cume da montanha.... uma tensão complementar nunca completa... por isso o Kung-fu é Eterno e por isso o seu caminho é CAMINHO DE VIDA...

Como tornar isto transmissível num mundo no que somos convidados de alternar de trabalho, local de residência, relação afectiva em cada pequeno ciclo de produção?

No que o simples parece igual a fácil quando a simplicidade é a força e abeleza de um lírio do campo na palma da mão ou um simples pássaro que canta livre de trejeitos que o façam ser outro mais do que o que está gerado para ser…

Como ajudar a compreender que travamos uma guerra - real - contra o desenraizamento, a alienação, a transformação de seres humanos em fantoches debaixo da paseudo-bandeira da libertação e que esta, traz - em sí - o dinheiro negro de guerras pagas a preço de sangue, de revoluções industriais que alimentaram grandes guerras e da reestruturação dos padrões mais óbvios acerca do que é ser Homem ou Mulher e dos conceitos mais simples - como "nado" e "nação"...

Como parar esta força de sombra - que avança e desenraíza – oferecendo em troca -  como a um certo pinóquio - uma montanha de doces até que as orelhas de burro se acresciam ao nariz de pau que crescia em cada mentira de ocasião?...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Dos Mestres



Lembro ainda o "boom" dos "Doutores" que aconteceu faz uns anos, com a abertura das nossas portas para todo o "Bom Cidadão" da CEE.

Como a Comunidade ERA "Económica", partimos do princípio que - todo o endinheirado era bom - logo - abrimos a porta a todos os bem vestidos... e a falácia começou...

Era o Tempo da D. Branca - pelo que ladroagem de colarinho ainda não era muito conhecida... e pouco víamos a televisão... uma séries ao fim de semana e alguma tertúlia ao serão...

O velho do Restelo brade brando... pois não é essa voz deste irmão... é a voz do tempo que muda como a cobra... que despe uma pele para renovar seu brasão...

Actualmente,  desgraçadamente, entendemos o que significava o manter um esforço bélico durante 14 anos... não tanto por força de colonialismos e sim por força de ser COLONIZADOS...

Como os "meninos à volta da fogueira" é giro de ser cantado, apenas certas personagens de talante e estatura compreendiam bem o que significava o sangue derramado e viam - a longo prazo - o que implicava o perder autonomia e transformar-se num povo escravizado...

Grilhão - nem dourado - como alguns povos bem compreendem...

... para outros, a palavra "livre"  deixou já de ter significado,  transformando-se numa mera alcunha para uma qualquer bebida nas tascas modernas de fim de semana ou alguma coisa bem mais mesquinha, como chamar à consciência do erro "liVerdade"...

Assim - enquanto os ignorantes de tais cantigas (os meninos de Huambo) vêm e vão com a "Liberdade", temos que ruma o barco próprio sem mais rota ou destino  do que aquele que por outros foi aprontado...

"Homem do Leme" já não existe - pois esse é um carácter bem traçado... e nos tempos que CORREM não há disto - pois tudo corre para todo o lado...

Faz lembrar o mau jogador de bola - que olha o esférico assombrado - correndo para onde rola a branca figura, sem compreender que é nos olhos que o adversário deve ser olhado...

Assim - nos tempos ditos "modernos" (tão modernos como em qualquer lado - seja a Roma prostituída seja no Egipto o Faraó Afogado) andam os valores em venda, como em venda anda o Ouro dos nossos antepassados...

Porque - já me diziam em criança acerca do andar e andar em companhia: se caminhar implica perder os VALORES, então mais vale caminhar SÓS que mal acompanhados...

Egrégios é hoje palavra mansa - que se lembra à criança nos desafios de futebol - enquanto as quinas cantam minguadas, hinos recortados antes de nascermos nós...

Que contra Canhões avancem os ignorantes e todos os que entenderem "coragem" com um louco som:

avançar - avançaremos - com consciência do risco e da viragem  - contra Bretões avançaremos nós!

que a letra não se engane e não enganem os que poder exercem sobre o legado dos nossos avós...



Assim - muito me espante - ouço palavras transformadas em PÓ...

Ouço vozes de povos errantes e vejo bandeiras que não o são...

Como pintar estrelas douradas, quando é o sangue de escravos que lhes dá a cor?

Preferimos o púrpura escarlate, ou o negro de luto pelo que já não sou... mantenho o verde esperanto de que a nós acudam  os que a virtude elevam simplesmente por ser quem são;

Homens de alto talante, daqueles que a Escolástica nunca quis no seu quintal...

Gentes curtidas pelo tempo, a vida e a perspectiva - de que Nobreza existe no coração;


Agora - de Mestres ia o conto... daqueles que tampouco vão... para onde lhes comanda a vontade, para onde se dá o que escorre do peito e em roxos botões se espalha no chão...

Havia os que faziam o traço - e a sua linha era fina.... definida... clara... concisa... sem necessidade de apelo ou agravo... sem artes retóricas para a concretizar...

Havia os de cabeça alçada... os de olhar firme e fronte erguida... havia os de palavra clara, voz firme e atitude decidida...

Havia aqueles cuja mão não suava e cujo gesto não tremia... quando sentia sua mão apertada - era força e verdade aquilo que sabia... sem lhes estudar uma letra só...

Havia os que não se realçavam... aqueles que - simples - entre povos passeavam - suas voltas estranhas, seus caprichos bizarros... e o povo com eles crescia... nele se inspirava...

Muitos os não viam... poucos os entendiam... mas eram marcos dourados... pilares da vida...

Eram os de fronte iluminada... olhar cansado e pleno vigor... os que vigas sustentavam  e paredes levantavam para todo o lar que formava o povo em redor...

Eram aqueles silenciados... pelo agravo sem menção... aqueles da história apagados... os que cá dentro bramem com a voz de todos nós...

Eram altos... coroados... por ser - simplesmente - homens... só...

Guardiões de tão excelsa chama que, sabendo da sua tarefa - da tarefa que de todo os reclama - se entregaram de corpo e alma à labor de refinar...

Mentes, consciências... corpos e - com a calma e paciência que o tempo derrama... elevar o ser interno sempre que houvesse um "sim" interior...

Hoje vejo seres... de tal conhecimento dotados... de tal saber alimentados... mas dos quais não compreendo o seu clamor...

Como se digladiam em assuntos bizarros... escoando sua arte para o chão sem honra ou valor...

Como seres que são mais do que sabem, se deixam levar por querelas assim?.... como Homens de alto talante, se envolvem em discussões que não têm fim?...

Se o sexo dos anjos é para ser deliberado... seja essa sua tarefa final...

Que o Pelicano deixar seu alvo peitointocado - façam deles sacrários e em pedra guardem seus rostos em atitude virginal...

Pois - se não sangram eles - pelos que lhes foi confiado a guardar... para que querem as armas que se lhes são dadas para lutar?

Combater a injustiça... iluminar a ignorância... amenizar as águas quando o caos está a chegar...

Capitães das luzes altas - que fazeis com vosso estridente rumor?...

Pedras é o que tendes - em honra de todos os vossos ancestrais? Onde o louvor a todos todos os que se sangram - por dar mais à tarefa original?...

Que fazeis gentes parvas - com toda a graça que se vos deu a guardar?

Usais o saber para guiar gentes cada vez mais altas... ou para reduzir todo aquele que vos olhe como igual?

Lembra ser que caminhas - lembra onde termina o teu caminhar... assim sendo - sê livre! E caminha erguido até ao final!

Lembra ser livre... lembra o que vai no teu chão... todas as sementes plantadas serão o fruto que OUTROS recolherão...

E lembra - tu que plantas macieiras - lembra a tua humilde e excelsa função - dar de comer aos que têm fome mantendo afastado aquele que não digno de tão alta razão...

E - mais uma vez - por favor - recorda, que os discípulos um dia te olharão: com o respeito sublime que recolheres em toda e qualquer palavra, acto ou omissão...

...em todo e qualquer dos seres que no mesmo sentido caminham com eles levando a mesma missão...

Teu destino é ser pequeno... tua sina é passar sem uma canção...

Teu nome para sempre velado... teu fardo saber que poderá não continuar a tua missão...

Agora - o respeito que ganhares, quando o testemunho passares, a todos aqueles dignos de te chamar de "Irmão" - é o garante de que - olharás nos olhos sempre que olhares entre a irmandade que a ti te Encontrou...

O resto - já o sabes - que ao chegar o momento da separação... todos os que acompanhares mais perto estarão...

Tu ficarás algures... num ignoto e desconhecido local... com eles partirá tua essência e neles repousará teu valor...

Por isso - assim os alimentas: porque é por aquilo que te manda a Vera Razão.... sempre a Sua vontade e não apenas a do homem rezingão...

Desperta maGo das idades... desperta do teu sono milenar!

Que dormentes começam a ficar todos... e a sombra se estende como o réptil que desliza sem guarda, custódio ou travão...

Lembra- tu que és grande!
A tua estatura depende da tua função:

Se partilhas a excelsa chama: de forma honorável ele iluminará teu coração...

Se a tua vontade tolda face verdade... e te esqueces do porquê de estares em pé... do círculo se esvai o teu nome e o fogo queimará tua visão...

Assim é nos círculos das eras... no recinto sagrado que pisa o teu irmão

Assim nos recintos antergos, nos que outrora falávamos - livres de circunspecto manto de sujeição...

Mestre aquele que com sua recta atitude e sua nobre condição - caminhando desapercebido entre os que o chamam - chamando-os pelo Nome vai despertando os irmãos...

E MESTRE - apenas há um... por isso, com silêncio despeço esta carta.. que fala de coisas das que já não lembra ninguém...

Saberes perdidos no burburinho dos que reclamam, dos que desesperam, dos que se proclamam, dos que se exasperam... enquanto entre nós não houver coesão...

Non Nobis Domine



terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ying-Yang... um novo desafio

Entre o subtil desprendimento do simples e sereno alinhamento.... fluindo sem impedimento no livro mais antergo que ser humano possui... o seu corpo que flui e a consciência do seu movimento...

Entre o intenso momento - no que a vontade se faz dentro eco presente de uma vontade duplamente intensa - a do corpo que se integra e a da mente que nele penetra...

Dois que são um - no Tao das formas definidas... no saber de horas passadas ressurgindo com honra nos nossos dias...

Cede clama a chama, por acender o dormente para esta nova vida... a vida que se reclama contra a verdade ímpia...