domingo, 24 de fevereiro de 2013

Mestre Nelson Barroso - Conceitos da Prática de Chi Kung - PARTE IV


Chi Kung: Energia, Saúde e Vitalidade - "As 18 Mãos de Buda"
Mestre Nelson Barroso



"pág 32:

4. Conceitos da Prática de Chi Kung





- As posições devem ser confortáveis, devendo ter o cuidado de não se esforçar demasiado.

O "esforço", na arte marcial - implica uma busca daconsciencialização plena acerca do SER. 

Os factores residuais - como a tensão acumulada por emoções ainda não sublimadas, refinadas, "exercitadas" pelo BEM-FAZER (Kung-Fu) - implicam muitas vezes SOBRECARGAS que geram TENSÕES desnecessárias no processo- caminho contínuo - de ser ir ao "CENTRO" - ou,

MAIS CONCRETAMENTE, 
ao encontro da promessa do ser que realmente SOMOS e que se vai REVELANDO através do DESCORTINAR DOS VÉUS que as múltiplas OPÇÕES do caminho de vida PERMITEM.

A OPÇÃO do CAMINHO MARCIAL - implica um RESPEITO INTRÍNSECO, por tudo aquilo que É - e este RESPEITO (uma das facetas do WU-DE - ou CÓDIGO MARCIAL DE CONDUTA) começa pelo RESPEITO PELO PRÓPRIO SER - em todas as suas dimensões: 

sejam elas a dimensão FÍSICA, EMOCIONAL, MENTAL... ou a de TRANSCENDÊNCIA (auto-superação).

Este PRECEITO - será posteriormente extensível aos COMPANHEIROS de PRÁTICA e - após o praticante ter integrado os vários elementos inererentes à mesma, será desenvolvido e pomovido no MEIO onde se INSERE - até que MEIO e PRATICANTE DESENVOLVAM UM TODO COESO, que leve ao caminho de REINTEGRAÇÃO, sentido de PERTENÇA ALARGADO, ou "UM COM O TODO"...

Daqui, que posições ou movimentos que revelem brusquidão, ou que ainda componham elementos que quebrem o sentido de Harmonia da Forma, sejam  elementos a sublimar até que - forma, praticante e vivência da mesma - se transformem num TODO COESO que EMULE, REPRODUZA ou- simplesmente - RECORDE - o todo ao que o PRATICANTE se ENCONTRA EFECTIVAMENTE INTEGRADO:

 esta é a proposta do caminho marcial - que os praticantes abraçam à medida que descobrem a amplitude e profundidade da sua grande arte.





- Deve tentar harmonizar o interno e o externo.

Sentir o SER de forma subtil... e reconhecer a sua EXISTÊNCIA para além da mera retórica... é parte INTEGRATIVA do ser HUMANO em forma e conteúto TOTAL.

Na nossa sociedade, de valores dígitos, concretos, lógicos e de pendor MENTAL - entrar em sintonia com os factores subtis (como a concisência de si, o sentir as várias e diversas frequências de se interligar com os companheiros: desde o vivenciar a presença do calor corporal emanado até "orientar" o pensamento de forma criativa para melhorar certos padrões corporais em desalinhamento) representa a NOVA APRENDIZAGEM para o ser humano occidental actual.

Fruto da fusão entre Occidente e Oriente, esta abordagem quase que HOLISTA, traz sangue novo à forma e conteúdo com o que as várias terapias e fiolosofias procuraram - até agora - enquadrar a vida e o ser humano.
Através de uma abordagem tendencialmente materialista, com base em premissas de positivismo Cartesiano - obscureceu-se ou deixoaram-se de parte como "áreas menores" todas aquelas que promovem a EXPERIÊNCIA INTERNA ou de se DESCOBRIR como um ser de EXISTÊNCIA PROFUNDA: COMPLEMENTARMENTE às características e linhas orientadoras do mundo lógico/ linear - tal como apresentadas na actualidade.

Este "GRAAL" de COMPLETUDE, acontece num momento de alguma "tensão" superficial - na que as estruturas da mente, da lógica e os vários sistemas desenvolvidos com base nas mesmas dentro do paradigma que o Occidente propôs como modelo de Mundo e Existência Humana "normal" - apresentam carências que - simplesmente - não dão resposta INTEGRAL às necessidades humanas a título HOLÍSTICO.

Esta aproximação entre Occidente e Orienta traz consigo uma visão tendencialmente INTEGRADORA das duas VERTENTES HUMANAS: 
se é certo que o aspecto "externo" e todo o mundo dito "concreto" é REAL - merecendo por isso o cuidado e atenção necesários - verdade é também que os aspectos de desenvolvimento interior (como a consciência alargada de si, a vinculação profunda aos seres humanos envolventes, a vivência da integração em meio natural) - uma vez a prática marcial engloba estes três aspectos) eram características necessárias e prementes para que o nosso modelo de sociedade actual pudesse usufruir de todo o POTENCIAL que a saúde em geral, e as artes Orientais em particular - podem trazer de novo com os seus mais de dois mil anos de desenvolvimento.

Partindo das boas premissas que a bio-mecânica occidental já tem desenvolvidas, atendendo a que a segurança material produzida pelas várias áreas de saber no nosso occidente permitem um certo "bem estar" e "à vontade" para entrar na descoberta de um mundo vasto e pouco explorado - como é o da interioridadde - apresenta-se assim um caminho VÁLIDO, PRAGMÁTICO, SEGURO e TESTADO por GERAÇÕES de PRATICANTES que - além de terem sido eles mesmos exemplos vivos de SUCESSO legaram o seu SABER (e o seu BEM FAZER) aos alunos DEDICADOS aos que lhes foi CONFIADA a HONROSA RESPONSABILIDADE de continuar a promoção do ser humano a título TOTAL - mantendo assim o caminho de desenvolvimento e crescimento em termos de refinamento da consciência que nos caracteriza como espécie dotada de livre arbítrio e discernimento.

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