terça-feira, 19 de março de 2013

WU-DE III - L - como a passagem de um ser querido nos faz meditar



O momento que mais me marcou foi o falecimento da minha avó, porque todos os símbolos do wu-de estão lá presentes. 

Minha avó era das pessoas que eu mais admirava e respeitava, era ela quem me ensinava a ser alguém na vida, a saber como atingir os meus objectivos e principalmente a saber respeitar. 

O facto de ter morrido num domingo, dia em que a família está toda presente, tocou-nos imenso a todos, a mim, a meus irmãos e pais, a toda a família. 

Faleceu no seu lugar de conforto, no seu quarto, rodeada por todas as pessoas que a amam.


Foi um momento de tristeza mas sei que ela foi para um lugar melhor.

O sonho dela era ser cantora e sei que ela tinha muito jeito, pois de todas as alturas em que eu a acompanhava nas idas à igreja sentia aquele dom dela quando cantava durante a missa e eu sentado ao lado dela a ouvi-a. 

Normalmente era sempre ao domingo, depois ia-mos a pé para a casa antiga dela, tratávamos dos animais e voltávamos para a nossa casa recente. Lembro-me perfeitamente, ao fim de 3 anos, dos nossos momentos e brincadeiras juntos, como quando pelo caminho pegava na mão dela e dizia-lhe que tinha as mãos frias, ela respondia-me sempre:


-Mãos frias, coração quente! :)

Adorei ter a oportunidade de até aos meus 10 anos ter uma segunda mãe, e a coisa que mais queria era que ela continua-se comigo, mas, toda a gente tem um fim.



Se – contrastando com a palavra “morte” integrarmos a palavra “passagem”… talvez os termos se tornem mais claros…

Adormecemos todos os dias – sem nos preocupar… pois o medo ainda não tocou esse algo que sabemos garantido: mergulhar no absoluto… integrar essa essência e regressar para voltar novamente… dia… após dia… 365 dias por ano… ao longo dos anos que estamos a desenvolver o nosso caminho: o nosso “subir a montanha.


Tal como uma gota… que se esquece que era o CÉU e que não recorda que condensou… e assim se fez gota definida… e que – estando em plena queda – teme… primeiro em pavor: de no rio ser dissolvida… deixar de existir…


Depois TEME – em RECONHECIMENTO – “eu SOU!”

Sou Água… sou Água… da mesma água do rio onde vou… mesmo ser, mesmo fluir…

E – assim confiante – sabe que se expande em vez de se diluir…

E – DEPOIS – ASSIM IMBUÍDA… É ONDA DE MAR QUE SE FAZ LIVRE – eco do invisível – que a vida pode transformar e purificar… pelo simples facto de ter sido céu, que se fez gota particular – que transitou e – como um rio – já sabia o caminho – para o seu Amar Imenso


Como tu – quando mergulhas no infinito – dia a dia, como foi dito – vais para te expandir… para “contar” as qualidades que conseguiste “recordar” e quão perto (ou longe) ainda estás da promessa do teu SER – algo bizarro – inicialmente programado – para que pudesse acontecer….
Desde que tu lhes dês vida… perspectiva… e – algo imprescindível – o teu querer



Pois o SUBLIME não obriga – “sabendo” – que estás nele sempre… e que nele vais vogar: com opções esclarecidas – partindo da comum base reactiva – para as tuas verdadeiras opções esclarecidas – sinónimo do teu despertar…

Nenhuma das tuas células é impingida a te amar – elas – simplesmente são… E POR ISSO AMAM … e quando transitam, assim se fazem de novo o ser que tu representas… que estás em cada uma delas… e em nenhuma em particular…
MILHÕES EM CADA SEGUNDO A SE RENOVAR



OPÇÕES – que se encerram no “WU-DE” – pois são estes os códigos, os “lembretes” para bem “marejar…

Como as setas amarelas do caminho de Santiago que temos o privilégio de palmilhar…

Humildade: para sentir, receber o sublime, despertar a recordação dessa harmonia em ti, em mim – pois é nesse princípio que todos estamos gerados… levanta a mão e vê: o teu pentarradial está na pinha, na maçã, na rosa, na espiral das galáxias… na progressão dos harmónicos musicais, na relação entre as cores da luz visível do arco íris… nas orbitais das partículas…

Tu ÉS – e o WU-DE – ajuda a que caminhes no sentido de ganhar consciência… e viver – essa realidade.

O Wu-De implica um código que nos vai orientando para a consciência alargada do que sou, do que somos, do que representamos e das opções de virtude que traduzem esse relação de privilégio entre a aspiração a "subir a montanha" e o sentido de pertença enquanto ser humano particular integrado numa comunidade definida - num tempo específico - e em sintonia com os que com ele caminham...



Ou seja - recorda - ao sermos uma realidade em mudança - desde que estejamos atentos ao código, à razão de entrar na sala de privilégio e à capacidade que a nossa interacção fiel tem para nos ajudar a progredir no sentido desse "subir montanha " (visão de conjunto mais ampla, maior discernimento - logo opções mais centradas e iluminadas) mais e melhor TODOS poderemos encontrar a nossa PRÓPRIA FORMA DE CAMINHAR - O NOSSO RITMO PESSOAL.



ALGO NOS GERA "DIFERENTES", MANTENDO A NOSSA SEMELHANÇA EM TERMOS DE ESTAR EM SINTONIA COM UM PRINCÍPIO DE HARMONIA UNIVERSAL;



ESTÁ NA MEDIDA DAS TUAS MÃOS, NA MEDIDA DO TEU BRAÇO, NA MEDIDA DAS TUAS PERNAS, no entrelaçar espiral do músculo cardíaco ou do útero das tuas irmãs... está na progressão das notas dentro da oitava... como se numa espiral...

está onde procuras - o bem, a verdade, a virtude.

Saúdo Marcial!





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